31 julho 2006

A propósito do post "A orquestra Vermelha".

Caro Jonas,
Lia eu a parte final do teu post, particularmente aquela tua alusão ao novo PS vs velho PS, quando me lembrei de um artigo de Manuel Alegre, publicado no jornal Expresso, em 2002.
Rebusquei os meus esconsos informáticos e dei com a coisa.
Depois de reler o texto (que abaixo reproduzo), só me ocorre uma visão do universo de Stephen King: O velho Socialismo morreu, vítima de múltiplas facadas nas costas... só que ainda não sabe.

No jardim das paixões extintas

É possível que eu não saiba nada de literatura, a não ser o que me ensinaram minha tia-avó Maria do Carmo Sampaio, as criadas antigas que me contavam histórias de bruxas e magias, os cegos que na feira de Águeda cantavam fados e rimances e os ciganos que por vezes me diziam coisas estranhas, como, por exemplo, Zé Mafra: «Cigano não tem casa, cigano só tem caminhos.» Isso é um poema, disse eu. Pois é, respondeu ele, é o poema dos ciganos.

É possível que de literatura eu não saiba mais do que isto. Mas talvez seja quanto baste para me convencer de que acabo de ler um dos melhores romances que nos últimos anos se escreveram: «No Jardim das Paixões Extintas», de Álvaro Guerra. E também acabo de descobrir que, além de meu amigo, ele era meu irmão. Irmão de vida, irmão de escrita, irmão de memória, no jardim das paixões extintas.
Eu tinha ouvido Mário Soares fazer uma apresentação brilhante deste livro. Talvez por não ser um crítico literário, mas um daqueles leitores que estabelecem com quem escreve a cumplicidade sem a qual a literatura não tem sentido. Ouvi-o e fui ler. Lembrei-me de Mallarmé e do livro absoluto que todo o escritor gostaria de escrever. Álvaro Guerra escreveu pelo menos o livro global, o romance de todas as paixões e de todas as guerras do século, da guerra civil de Espanha à nossa guerra colonial, passando pelas que se seguiram mesmo depois do anunciado fim da História. Livro de amor e de morte, das revoluções impossíveis e das revoluções perdidas, desde a revolução russa ao nosso 25 de Abril, com todas as utopias naufragadas no jardim das paixões extintas. Não vou contar o enredo, que é a nossa própria história, que são todas as histórias da História do nosso século. Há muito que não lia um livro assim. Tive a sensação de que ao lê-lo me estava a ler. Isso acontece poucas vezes. Gostava de dizer tudo isto a Álvaro Guerra, mas eu não sei como telefonar-lhe. Por isso escrevo.
Fixei o que ele diz: «Ultrapassadas as portas do milénio, a política abandonou a história ( até ver... ).» Talvez por isso o desconforto que tenho sentido perante o discurso político actual. Não há Portugal nem aquele «futuro do passado» de que falava Fernando Pessoa. Não há sentido futurante. Nem da política, nem do país. Não há perspectiva histórica.
Eu discordava de Cavaco Silva e combatia a sua política. Mas ele tinha política e projecto. Agora ouve-se Durão Barroso e é um vazio. Infelizmente vai-se a ler a proposta da nova Declaração de Princípios do PS e constata-se que também dela desapareceram a História e a ideologia. Desapareceu o PS. Falta, como disse Medeiros Ferreira, o código genético de um partido que nasceu no combate à ditadura e se consolidou na vitória sobre a tentativa de impor ao país um totalitarismo de sinal contrário. Falta a matriz ideológica: o PS não é uma frente sem fronteiras, é um partido de esquerda. Saber interpretar as novas realidades, começando por compreender que a grande mudança é a do próprio modo de produção, não significa a diluição ideológica nem o fim da esquerda. Há uma linha divisória, como demonstrou Bagão Félix, ao fazer na AR uma verdadeira proclamação ideológica de direita. O PS tem de acentuar a sua identidade de partido da esquerda, capaz de representar politicamente os que são atingidos pelas políticas neoliberais e uma globalização sem regras. Dar à globalização um rosto humano, regulá-la, fazer com que nela tenham voz os que por ela estão a ser excluídos, eis por onde deve começar a renovação do socialismo democrático. Criou-se a ideia de que renovar é virar à direita. Mas não. Perante as injustiças do Mundo e a ausência de alternativa, o que é preciso é inovar e reforçar a esquerda. Como disse um poeta, «depende de nós que a esperança não minta.» É preciso perceber por que é que a esperança tem mentido e por que razão, em quase toda a Europa, os socialistas ficaram aquém do que podiam e deviam. É sobretudo urgente compreender que, tal como o modelo comunista morreu historicamente, o mesmo pode acontecer ao socialismo europeu, se a sua tendência for a de se autodiluir e continuar a derivar para o centro e a direita.
A História tem de voltar à política e a ideologia também. Para que os sonhos não continuem a morrer no jardim das paixões extintas.

Manuel Alegre, Jornal Expresso, 20.07.02

A Orquestra Vermelha

Uma opinião quiçá desenraizada porque oriunda de Oxford?
Não sabemos se teve origem no outro lado do canal. Sabemos, com toda a certeza, que nasceu do outro lado da barricada.
Leiam o artigo mas leiam, sobretudo, os comentários ao artigo. Salvo honrosas excepções - e com isto não se quer dizer que haja concordância ideológica da nossa parte - muitas das opiniões expressas são o espelho das razões pelas quais este país se arrasta na mediocridade. É um país que já passou de uma clássica bipolarização clientelar (agora empregos para toda a troop PSD; agora jobs for the boys do PS), a uma situação de degladiação intestina dentro desses dois "colossos de Rhodes" por entre os quais, infelizmente, a cegueira do nosso povo continua a fazer passar o navio, viagem após viagem.
Foram as eleições para a distrital do PSD de Lisboa em que se utilizou como argumento eleitoral a necessidade de alindar aquele órgão a algo mais do que uma mera agência de emprego.
São as vozes do PS da esquerda moderna a manter à distância, qual cão sarnento, o PS capaz de se coligar ao PCP.
Tudo serve de desculpa para tudo. Vale tudo e tudo é rotulável, conforme a conveniência.
Navega-se à vista, bordada a estibordo, bordada a bombordo, em alegre faina e constante cantoria, esquecendo que a navio roto, todos os ventos são contrários.
Rumos fixos, embora bem ou mal traçados, perseguidos com persistência, são coisa própria de coerência, e coerência, meus amigos, é coisa do demo.

29 julho 2006

RTP - Serviço Público de Televisão

Ontem à noite, num dos intermináveis intervalos de qualquer coisa (não sei o que era pois estava apenas a fazer zapping), dou de caras com o seguinte spot:

SMS INSULTO
Surpreende os teus amigos. Não dês tréguas!
Liga...

Que lindo!
Não há ninguém que fiscalize isto?
Ou será que a sofreguidão pelo dinheiro da publicidade já alargou o crivo a níveis de Cicciolina em dia de festa?

Homenagem

Fernando Curado Ribeiro
Actor
25.05.1919 / 29.07.1995

27 julho 2006

Hoje reina a melancolia.



Apetece-me partilhar convosco as duas melhores vozes da música brasileira dos nossos dias.

25 julho 2006

Estamos perdidos!




Afinal não é só o mundo... também nós estamos perdidos.
Vejam lá que houve quem, qual anúncio do SUMOL B abacaxi, tenha vindo à boca de cena anunciar É uma meniiiiiiiiiiiiinnnnnnnaaaaaa!
E pronto, está decidido!
Somos (virtualmente) menina.
E não levámos nada a mal...

24 julho 2006

Belo trabalho gráfico.

Chatice!

Ontem não consegui ir assistir à partida dos veleiros. Raios!!!
É espectáculo meus caros!
Fica para a próxima.

O mundo está perdido.





Meu Deus! O mundo está perdido.
Descobri hoje que o Partido Comunista Português também passou a ser dominado pelos interesses das corporações.
Já só me falta mesmo ver um porco a andar de bicicleta...

Gerir a raiva

Por vezes, quando se tem um mau dia e precisamos de o descarregar em alguém, não o faça em alguém seu conhecido. Descarregue em alguém que NÃO conheça.
Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema que tinha de fazer. Encontrei o número e marquei-o. Respondeu um homem que disse: "Está?". Educadamente respondi-lhe: "Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a Sra. Ana Marques, por favor?". Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos: "Vê lá se arranjas a m**** do número certo, ó filho da p***!" e desligou o telefone.
Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa de uma coisa destas.
Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente transposto os dois últimos dígitos. Decidi voltar a ligar para o número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu, gritei-lhe: "És um grande parvalhão!" e desliguei.
Escrevi o número dele juntamente com a palavra "parvalhão" e guardei-o.
De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um dia mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe: "És um parvalhão!". Isso animava-me.
Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu terapêutico telefonema do "parvalhão" iria acabar. Por isso liguei-lhe e disse: "Boa tarde. Daqui fala da PT. Estamos a ligar-lhe para saber se conhece o nosso serviço de identificação de chamadas!" Ele disse "NÃO!" e bateu o telefone. De seguida liguei-lhe, e disse: "É porque és um parvalhão!"
Uma vez, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava para estacionar num lugar livre, um tipo num BMW cortou-me o caminho e estacionou no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse. Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele lugar, mas ele ignorou-me. Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no vidro de trás do carro e tomei nota do número de telefone que lá estava. Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro parvalhão, pensei que era melhor telefonar também para o parvalhão do BMW. Perguntei-lhe: "É o senhor que tem um BMW preto à venda?" "Sim", disse ele."E onde é que o posso ver?", perguntei, "Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, Nº 36. É uma casa amarela e o carro está estacionado mesmo à frente". "E o senhor chama-se?..." perguntei. "O meu nome é Alberto Palma", disse ele. "E a que horas está disponível para mostrar o carro?", "Estou em casa todos os dias depois das cinco". "Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?", "Diga!", "És um grande parvalhão!", e desliguei o telefone.
Agora, sempre que tinha um problema, tinha dois "parvalhões" a quem telefonar.
Tive então uma ideia: Telefonei ao parvalhão Nº 1. "Está?... És um parvalhão!" (mas não desliguei), "Ainda aí estás?" perguntou ele, "Sim", disse-lhe, "Deixa de me telefonar!" gritou. "Impede-me", respondi eu. "Quem és tu?", perguntou. "Chamo-me Alberto Palma", respondi. "Ah sim? E onde é que moras?", "Moro na Rua da Descobertas, Nº 36, e tenho o meu BM preto mesmo em frente, ó parvalhão. Porquê?", "Vou já aí, Alberto. É melhor começares a rezar", disse ele. "Estou mesmo cheio de medo de ti, ó parvalhão!" e desliguei.
A seguir liguei ao parvalhão Nº 2: "Está? Olá, parvalhão!", disse eu. Ele gritou-me: "Se descubro quem tu és...", "Fazes o quê?" perguntei-lhe, "Parto-te a tromba!", disse ele. E eu disse-lhe: "Olha, parvalhão, vais ter essa oportunidade. Vou agora aí a tua casa e já vais ver como elas mordem".
Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da Descobertas, nº 36, e que ia agora para casa matar o meu namorado gay. Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de gangs que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas. Peguei no meu carro e fui para a Rua das Descobertas.
Cheguei a tempo de ver dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis viaturas da polícia e uma série de repórteres de TV.
Já me sinto muito melhor.
Gerir a raiva sempre funciona.

Enviado por uma padeira de Aljubarrota.

Bom dia!

Eu Falo das Casas e dos Homens

Eu falo das casas e dos homens,
dos vivos e dos mortos:
do que passa e não volta nunca mais.. .
Não me venham dizer que estava materialmente
previsto,
ah, não me venham com teorias!
Eu vejo a desolação e a fome,
as angústias sem nome,
os pavores marcados para sempre nas faces trágicas
das vítimas.

E sei que vejo, sei que imagino apenas uma ínfima,
uma insignificante parcela da tragédia.
Eu, se visse, não acreditava.
Se visse, dava em louco ou em profeta,
dava em chefe de bandidos, em salteador de estrada,
- mas não acreditava!

Olho os homens, as casas e os bichos.
Olho num pasmo sem limites,
e fico sem palavras,
na dor de serem homens que fizeram tudo isto:
esta pasta ensanguentada a que reduziram a terra inteira,
esta lama de sangue e alma,
de coisa a ser,
e pergunto numa angústia se ainda haverá alguma esperança,
se o ódio sequer servirá para alguma coisa...

Deixai-me chorar - e chorai!
As lágrimas lavarão ao menos a vergonha de estarmos vivos,
de termos sancionado com o nosso silêncio o crime feito instituição,
e enquanto chorarmos talvez julguemos nosso o drama,
por momentos será nosso um pouco do sofrimento alheio,
por um segundo seremos os mortos e os torturados,
os aleijados para toda a vida, os loucos e os encarcerados,
seremos a terra podre de tanto cadáver,
seremos o sangue das árvores,
o ventre doloroso das casas saqueadas,
sim, por um momento seremos a dor de tudo isto. . .

Eu não sei porque me caem as lágrimas,
porque tremo e que arrepio corre dentro de mim,
eu que não tenho parentes nem amigos na guerra,
eu que sou estrangeiro diante de tudo isto,
eu que estou na minha casa sossegada,
eu que não tenho guerra à porta,
- eu porque tremo e soluço?
Quem chora em mim, dizei - quem chora em nós?

Tudo aqui vai como um rio farto de conhecer os seus meandros:
as ruas são ruas com gente e automóveis,
não há sereias a gritar pavores irreprimíveis,
e a miséria é a mesma miséria que já havia...
E se tudo é igual aos dias antigos,
apesar da Europa à nossa volta, exangue e mártir,
eu pergunto se não estaremos a sonhar que somos gente,
sem irmãos nem consciência, aqui enterrados vivos,
sem nada senão lágrimas que vêm tarde, e uma noite à volta,
uma noite em que nunca chega o alvor da madrugada...

Adolfo Casais Monteiro

Homenagem


Adolfo Casais Monteiro
Poeta
04.07.1908 / 24.07.1972

21 julho 2006

Hezbollah vs Israel

A minha mãe tem um filho tão esperto...

Guerra Israel/Hezbollah foi ardil de Irão e Síria, diz Walid Phares.

Ando desde o rapto dos soldados israelitas a dizer precisamente a mesma coisa.

É espantoso como, ao fim de décadas e décadas de conflitos um pouco por todo o mundo, ainda há quem não tenha percebido quem são os fantoches e quem os manipula.

Santa paciência!

Um primor de actualidade informativa em 4 passos

1º: Ír a www.sic.pt
2º: No folder Notícias escolher País
3º: Na secção Destaques poderás escolher entre:
- (O último) Congresso do PSD
- Especial Presidenciais 2006
4º:Na secção Infografia podes ainda reviver O Filme da Noite Eleitoral - Os momentos mais marcantes das presidenciais.

20 julho 2006

Acabe-se de vez com a polémica

O parlamento assistiu hoje a acesa discussão sobre quem era responsável pelo desatino que reina actualmente na Educação em Portugal.
O alvo inicial foi, obviamente, a actual Ministra. Acontece que, acto contínuo, eis que salta da bancada socialista uma senhora deputada defendendo a tese de que a culpa tinha sido do anterior ministro do PSD. Foi o bom e o bonito... Que não, que não, que afinal a coisa já vinha dos Governos de Santana Lopes e de Durão Barroso. Nem pensar! O problema já vinha era desde a paixão de Guterres...
Não percam mais tempo com isso.
É óbvio que o grande responsável por este e por todos os outros males, passados, presentes e futuros é apenas um:

D. Afonso Henriques, pois claro!...

E depois ainda dizem que as louras são todas burras.

Que belíssimo princípio

Repetição de exames teve por objectivo impedir que alunos fossem prejudicados.
Ó senhora Ministra... que bela solução a sua. No mesmo espírito, será possível contar com os seus bons ofícios para que, de algum modo, se possam repetir as eleições legislativas? Temos a certeza que uma abébia dessas iria impedir que muito mais gente continuasse a ser prejudicada.
Não é que o meu voto mudasse, mas há por aí muito boa gente com um monumental "O" na testa que... não sei não!

Público intestinalmente funcional.

De uma coisa este blog não se pode queixar. É de que os seus leitores sofram de obstipação. Sem querer ofender a inteligência de ninguém, mas poupando, eventualmente, algumas idas ao dicionário, "obstipação" é o termo que significa, basicamente, dificuldade em defecar, ou seja, em cagar.
Ora apraz-me (ou se calhar não) verificar que, de quando em vez, são publicados neste pasquim bloguístico alguns textos mais ou menos sérios, com maior ou menor grau de humor, acicatando as consciências dos leitores relativamente a questões de natureza política.
Ao fim de alguns meses, e após aturada revisão dos textos publicados, o denominador comum entre todos os posts dessa estirpe é que... (pausa para suscitar alguma curiosidade... mais um pouco... ok, já chega!) não mereceram qualquer porra de comentário.
Sem querer chegar a uma conclusão apressada acho que a malta lê os textos e pensa de sí para sí: Caguei!
Do raciocínio supra surgiu esta ideia peregrina de vos sacramentar a todos como intestinalmente funcionais.
Já sei que ao ler este desabafo a raiar o mal-cheiroso, muitos de vós, engraçadinhos, estarão já a pensar em procurar um post anterior, com mais ou menos pendor político e deixar o comentário Caguei!
Não faz mal. Caguem-se todos à vontade. Ao menos a Ala fica a saber que estão vivos e que são... intestinalmente funcionais.

19 julho 2006

Não se percebe!

Chego à conclusão que essa conversa toda que para aí anda contra o lixo via email - o chamado spamming - não passa disso mesmo: conversa. Ainda não ouvi nem li alguém queixar-se desta nova campanha da Netcabo, designada por Netcabo MSG.
No outro dia cheguei a casa e tinha, por cada conta de correio netcabo, uma msg dos ditos cujos contendo o convite que abaixo se reproduz.
Ora eu acho que isto não se faz!
Se, como aventava um camarada meu, o convite fosse para jantar a Rita, a Joana e a Teresinha ainda vá que não vá. Agora jantar com... deixem lá isso, não se incomodem que não vale a pena.

17 julho 2006

O combate de uma vida

Sim ao aborto no referendo é "combate da vida da JS".
Não há dúvida de que o PS é um partido de grandes paixões, de grandes choques, de grandes combates da vida...
Esta história das grandes "quaisquer coisas", vem, se a memória ainda me serve, dos tempos de António Guterres. E, tendo vindo, fez escola.
Escola, desde logo e que mais não seja, porque a primeira grande paixão foi a da Educação - com os resultados que todos conhecemos. Mas adiante.
A segunda foi a Saúde. Ó vil demência!...
Em curso - ainda que em marcha-atrás - temos o choque tecnológico e o Simplex. Este merecerá post em separado pelo muito que se me afigura apropriado discorrer sobre tamanha gonorreia.
Agora surge este combate da vida que, na opinião dos opositores, certamente melhor seria designado por combate contra a vida.
Já agora, e sem querer sugerir o que quer que seja, este projecto bem que podia ser designado por Durex. Porque... enfim... o objectivo é... adiante novamente.
Eu não quero ser profeta da desgraça mas gostaria, tão somente, de relembrar alguns recortes de imprensa de há precisamente oito anos atrás, depois do anterior referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.

Manuel Alegre considerou “o resultado do referendo como «uma humilhação para o grupo parlamentar» e «uma derrota cultural da esquerda» (...).
Nesta altura não se sabe muito bem se o PS «é um partido liberal, social-democrata ou socialista»”.
Alberto Martins rebelou-se “contra a ingerência do chamado «núcleo duro» nas decisões que dizem respeito aos deputados: «afinal quem manda no PS?». (...) Disse ainda à RTP “lamentar a falta de democraticidade interna e a ausência de coordenação entre as estruturas partidárias”.
(A Capital, 2/7/98)

“O PS ainda não se apercebeu da miséria em que ficou na noite do referendo sobre o aborto. Treze dias passados sobre a derrota brutal de 28 de Junho, continua a assobiar para o ar e a fingir que tudo não passou de um mau momento. É patético que a Comissão Política dos socialistas reunida esta semana não tenha dedicado qualquer relevo à análise do que aconteceu”.
“Uma das provas de que o PS acabou foi a maneira como os ínclitos dirigentes da agremiação socialista ultrapassaram o incómodo de terem de pensar um bocadinho: vão, um dia destes, encomendar um estudo a uma universidade”.
“Guterres não saiu, nem em algum caso poderia sair, vencedor do referendo sobre o aborto. A sua posição pessoal seria compatível com a vitória do «sim», mas a paralisação e subsequente autofagia de um partido, em nome de um secretário-geral que passou a ser contra a despenalização do aborto depois de 1982, não é honra para nenhum líder.”
“Entre Manuel Alegre e alguns seus «compagnons de route» de um lado, e o chamado «núcleo duro» do outro, há um deserto - uma mole de cidadãos anestesiados, mais ou menos bem instalados no aparelho de Estado, atentos, veneradores e desobrigados de pensar, temendo que uma sua palavra ou acção vá contra o inconstante pensamento do líder quotidianamente legitimado pela única coisa que verdadeiramente o preocupa - os números, não os de Cavaco, mas os das sondagens” .
(Ana Sá Lopes, Requiem pelo Partido Socialista, Público, 11/7/98)

“(...) acho que o PS está a ficar cada vez mais parecido com uma confederação de interesses, grupos de pressão, «lobbies», cavalheiros de indústria, caciques locais e senhores feudais - um pouco à imagem e semelhança do PSD”.
“(...) de facto, quer a Igreja Católica quer os grupos económicos parece terem uma influência muito grande em certo tipo de decisões que o PS e o Governo tomam”.
“Neste caso concreto do referendo sobre a despenalização do aborto, penso que a Igreja Católica teve indirectamente um peso fundamental, para mim lamentável, na atitude que o PS acabou por assumir”.
(Entrevista a O Independente, de Alfredo Barrroso, fundador do PS, 24/7/98)

Vai uma apostinha em como tudo isto ainda hoje é válido e que mais um monumental espalhanço se avizinha?

PS (de Post Scriptum, não de Partido Socialista - Ahrrrrggghhhh! Arrenego-te Satanás!): Este post merecia uma foto do pai de todas as paixões mas, como não foi possível encontrar uma que me agradasse, optei pela de um outro (embora menos) iluste emplastro que sei, perdõe-se-me a imodéstia, reunir um maior consenso no agrado de todos vós.

14 julho 2006

Retalhos da vida recente no Largo do Caldas

Pires de Lima / Ribeiro e Castro

Canícula II

Eu mesmo não o diria melhor...

EUA vs ONU

Os Estados Unidos vetaram ontem uma condenação do Conselho de Segurança das Nações Unidas à intervenção israelita em Gaza.
Embora a proposta tivesse merecido a melhor atenção por parte da representação norte-americana no Conselho de Segurança (Vd. imagem infra), não foi possível contar com a sua concordância.

Canícula




É impressão minha ou estão 36,5 graus lá fora?
Só estando de molho...

Piadas de Verão III

13 julho 2006

Essa agora...

É pá... só mesmo tu para vires aqui escarrapachar essas merdices.
O valor deste blog é como o das jóias de família: puramente sentimental!

Quanto vale este blog?

Futa que fariu a FIFA!

A Itália subiu ao 2.º lugar do "ranking" da FIFA graças ao triunfo no Mundial , enquanto Portugal, apesar do bom desempenho na Alemanha, acabou por baixar uma posição, sendo agora o 8.º classificado.
O título de campeão mundial rendeu aos italianos uma subida de 11 lugares numa lista que continua comandada pelo Brasil, que nem com o afastamento precoce no Campeonato do Mundo abandonou a 1.ª posição.
No "top-10" há a registar outras importantes subidas, como sendo as da Argentina, França, Inglaterra e Alemanha, ao passo que Espanha, Holanda e, sobretudo, Reública Checa foram as mais penalizadas pela participação no Mundial'2006.
Este primeiro "ranking" após o Campeonato do Mundo já é baseado em novos critérios de análise, tendo em atenção a importância dos jogos realizados e o poderio dos adversários.

Classificação:
1. (1) Brasil, 1.630 pontos
2. (11) Itália, 1.550
3. (9) Argentina, 1.472
4. (8) França, 1.462
5. (10) Inglaterra, 1.434
6. (3) Holanda, 1.322
7. (5) Espanha, 1.309
8. (7) PORTUGAL, 1.301
9. (19) Alemanha, 1.229
10. (2) República Checa, 1.223
Nota: Entre parêntesis estão as posições ocupadas anteriormente por cada selecção.

Notícia Record

Ficámos em 4º lugar no Mundial; ganhámos à Inglaterra e à Holanda; fomos mais longe que o Brasil, a Argentina e a Espanha.
Do que é que tudo isso nos serviu? Nada!!!
Ficaram todos à nossa frente e ainda descemos um lugar no ranking.

Não há ninguém na Federação Portuguesa de Futebol que tenha um pingo de vergonha na tromba e peça explicações à FIFA sobre que trampa de critérios são estes?

Mais um adepto do Sr. Blatter

Ler aqui.

Ajoelhou? Tem que rezar!

No processo Casa Pia, Felícia Cabrita entregou esta manhã um documento com nomes de alegados pedófilos que Teresa Costa Macedo, antiga secretária de Estado da Família na década de 80, lhe terá dado durante um programa de televisão.
A jornalista - que está a testemunhar - garante que só entregou este documento ao tribunal, porque Teresa Costa Macedo desmentiu em comunicado, à agência Lusa, que alguma vez lhe tivesse referido os nomes.
Notícia TSF

Se a ex Secretária de Estado da Família usasse a internet antes de abrir a boca para se enterrar ainda mais, acedia a um qualquer motor de busca e procurava declarações suas feitas num passado não muito distante.
Assim já não daria o dito por não dito, caindo no ridículo de ír ser confrontada com documentos lavrados pelo seu próprio punho.
Se está a ser ameaçada, como alegou anteriormente, então que denuncie essas ameaças às autoridades competentes.

Vd. aqui, aqui e aqui.

São apenas três exemplos. É que não se pode ír para a guerra sem saber contra quem se vai. A Sra. Dra. procurou as luzes da ribalta mas, quando confrontada com as consequências mais imediatas das suas denúncias, sentiu o inevitável aperto na bexiga que agora a leva a dizer que não acusou, não disse, não informou, não nada.

Como diriam os nossos irmãos brasileiros: Ajoelhou?... Tem que rezar!

Cavaco solidário

Cavaco Silva solidário com vítimas de violência doméstica.

E se eu sei o que é isso!... terá comentado.

Vasectomias à borlix

No âmbito do programa simplex, a simplificação já chegou aos procedimentos clínicos, tornando-os assim gratuitos e acessíveis a todos os utentes do Serviço Nacional de Saúde.


Piadas de Verão II

E agora?

Manchester United emite comunicado informando que não vende Cristiano Ronaldo.

- E agora Mister... o que é que eu faço à vida?
- Faz-te à vida meu filho. Ocê acaba de ganhar um porradão de grana, dos prémio de jogo. Deve dar pra comprá umas boa caixa de penso e umas vela prácendê prá Nª Sra. do Caravágio, prá pedir a graça de continuá conseguindo jogar futxibol depois que o Waine Rooney tiver acabado de falar com oçê...
- E agora pantera negra... como é que eu me safo desta?
- Tem calma meu rapaz. A primeira coisa que tens a fazer quando vires lá o gaijo do weine runay, é dar-lhe um pisão no dedo do pé grande.
- Ó pantera... não será no dedo grande do pé?
- Tanto faz... ou num ou noutro!



- Tou fenido!!! Ainda vou acabar no Parque Mayer a dançar Romeros com a Merche!!! Ou será soleros?

Descubra as diferenças... Incha!...






Homenagem

Raul Lino

Artista, pensador e Arquitecto.

21.11.1879 / 13.07.1974

12 julho 2006

Piadas de Verão I

Nova rúbrica

Como o Sanfona gosta muito de rúbricas aqui no estaminé, resolvemos hoje dar início a uma coisa nova que terá por título "Piadas de Verão".

Chega p'ra lá ó comuna!

Dois dirigentes do PCP foram constituídos arguidos pelo Ministério Público por "manifestação ilegal", anunciou ontem o PCP. Paula Henriques e Luís Cardoso, membros do Comité Central, foram contactados pelo DIAP na quinta-feira passada. A notícia provocou enorme agitação na reunião do Comité Central que decorreu no passado fim-de-semana.
Segundo fonte do DIAP, o motivo do processo estaria relacionado com o "desrespeito pela distância mínima de segurança" exigida para manifestações. O facto, denunciado ontem por Jerónimo de Sousa em conferência de imprensa, surge na sequência da entrega de um abaixo-assinado na residência oficial do primeiro-ministro contestando o aumento da idade da reforma decidida pelo Governo.
Notícia DN

É muito bem feita! Manifestação é manifestação. Tem que guardar a distância mínima permitida, assim a modos como a barreira defensiva de uma equipa de futebol, na marcação dos livres directos. Que confiança é essa de se aproximar da porta do 1º Ministro? O quê? Era para entregar uma carta? Não interessa! Distância mínima e mai' nada! P'rá próxima mandem um pombo-correio! É mais simplex e o bicho é inimputável!

Este país é só rir!

11 julho 2006

CSI... à portuguesa


Ah pois! Vide aqui

Vá para fora cá dentro.

Aproveitando a parangona do ICEP e o período estival em que nos encontramos, eis uma sugestão de leitura.
Trata-se de um pequeno texto publicado no Diário de Notícias, de autor (aparentemente) anónimo, que nos trouxe à memória Monsanto, outrora eleita a "Aldeia mais portuguesa de Portugal".
E que belas as recordações de um passeio maravilhoso de alguns dias, feito pelas fortalezas da raia.
Portugal é muito bonito!
Todos deviamos roubar a nós próprios uma semana de férias para conhecer o nosso país e, com isso, perceber um pouco melhor quem somos e de onde viemos.

Aqui vai um pequeno excerto do artigo:

Monsanto é uma terra imperdível esculpida num promontório de granito que se assoma sobre Espanha a levante e domina a imensa planície virada a sul e poente. E foi desta altivez que decidimos iniciar a descida das terras raianas a que o País vira costas em dias de calor mais do que é costume.
Antes, porém, há que subir. Até ao cimo do castelo, são 20 minutos à velocidade que o sol permite, sempre por ruas desertas e pedregulhos feitos casas. Passa já das dez e, ao cimo da rua do castelo, o silêncio é de ouvir a barba a crescer. Na esforçada viagem ao cume, apenas um encontro à vinda com quatro membros de uma família espanhola.

10 julho 2006

Estes sim!

Uma Selecção de verdadeiros CAMPEÕES.

O papagaio suíço

Mas enfim...
Este é o tal papagaio que disse cobras e lagartos do árbitro do Holanda-Portugal para, logo a seguir, vir dizer que, afinal de contas, até estava arrependido de ter dito o que disse.
É o verdadeiro papagaio em toda a sua amplitude: a versão de penas e a outra, que voa ao sabor do vento.
Que mais seria de esperar?

Bravo FIFA!

Cristiano Ronaldo não foi eleito "Melhor Jogador Jovem" do Mundial devido à falta de fair-play demonstrada durante o campeonato.
Melhor jogador do torneio: Zinedine Zidane; depois de agredir um adversário à cabeçada.
Sem comentários...

Circula por aí...


Como será que se diz "Grandessíssima besta" em Português do Brasil???

 

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