27 fevereiro 2010

Visitante 100.000

O visitante 100.000 deste blog terá direito a uma lata de atum e outra de feijão-frade.

Sons

E chega de tristezas... toca a dançar!

Pensamento

"Morre lentamente quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos."

Pablo Neruda

Porque a memória também chora

Cada passo dos pequenos passeios de mãos-dadas, vogando sobre a espuma da água que marejava entre os nossos pés;
Como fazíamos amor nos cabeços de areia, entremeando a carícia do sol e o arrepio da areia húmida...
As copas dos pinheiros bailando, como que em transe, sob a carícia de um vento sussurrante;
Dois pardais desenhando um vôo espiralado e cúmplice, chilreando alegremente.
O mundo podia acabar ali e a minha vida teria sido perfeita.

23 fevereiro 2010

Hard Rock Cafe - Lisboa


Atenção à iniciativa March on Stage: Street to Sanctuary a decorrer, tal como o nome indica, durante o próximo mês.

Trata-se de um projecto que se estende a todo o universo Hard Rock Cafe a nível mundial, tendo por objectivo reunir receitas para um projecto que pretende retirar crianças das ruas de Bombaím, na Índia, onde actualmente se prostituem.

Mesmo que não queiram assistir a concertos (o programa para o Hard Rock Cafe de Lisboa ainda não foi divulgado) ou comprar o pin que estará à venda a partir da próxima 5ª feira, podem sempre comprar uma pulseira de borracha que custa a fortuna de 1 Euro.

E já estão a ajudar...

Pensem nisso!

Programa editorial

Como se trata de uma temática que vem merecendo dúvidas e apreensões por parte de alguns de vós, estou disposto a começar a introduzir no blog alguns posts sobre Reiki e algumas das suas modalidades (se é que podemos falar nestes termos). O que acham?

A quota de reciprocidade.

A importância que achares que eu mereço será aquela que merecerás da minha parte!

22 fevereiro 2010

Eu e as drogas...

Que a vida anda em maré de me mostrar os artelhos já eu tinha percebido. De tal forma que ontem, em desespero de causa, resolvi entrar em novas experiências... Nunca é tarde para novas ideias, para a inovação, para a novidade (agora até parecia um político: tanto parlapiê para dizer uma e a mesma coisa). Aliás, já dizia o grande Einstein que Uma mente aberta à novidade nunca mais volta a ser a mesma, ao que o não tão grande Chico Burrié, taberneiro da minha meninice acrescentou Nem um olho do cú, uma vez aberto à novidade... prontes... já eras. Mas adiante nesta novela. Onde é que eu ia? Ahhh! Eu e as drogas. A coisa até nem começou por correr muito mal...



O pior foi à saída da ponte. Comecei a ouvir sirenes e pensei: -Isto é do haxixe! Depois foram os pirilampos luminosos e pensei: Erghhhh! Isto deve ser do ácido! Afinal era a ramona em peso atrás do je. Ainda tentei ludibriar a seita com uma faiena à antiga portuguesa que mereceu palmas dos moradores do Pragal mas, como dizia a minha rica avózinha: - Meu lindo menino! Não te metas nas drogas. Os orgasmos dão mais luta!

21 fevereiro 2010

A SIDA espreita...

Aterrorizado!

Estou aterrorizado!

Estava eu em amena faxina às minhas demasiadas (duas) contas de correio electrónico, quando, às tantas, me apercebi da quantidade de convites de amigos e outras pessoas conhecidas, para aderir aos seus respectivos círculos de amigos no Myspaces, Hi5, Facebook, Orkut, Twitter, Ning, "Ping", "Ting" e o "Raio que parting".

De repente assomou-se-me ao espírito o seguinte pensamento acompanhado de doze calafrios na espinha e seis contrações espasmódicas (vulgo: f...s da p... de cãibras):

- Meu Deus! Se não me apresso a "joinar" esta gajada toda nestas multi-sofisticadas ferramentas, amanhã estarei condenado ao mais terrífico dos esquecimentos. A minha existência, tal como até aqui a considerei, está presa por um fio mais ténue do que o que prende o Engº (das máquinas de cortar bacalhau às postas) Sócrates ao cargo de 1º Ministro desta mui sui generis República.

E foi então que me decidi a criar uma miríade de páginas pessoais nos diversos "sítios" web. Meu Deus! Até já conferimos a dimensão de "sítio" a algo que é apenas do domínio do virtual.

Agora percebo. Eis que se fez luz. TIVE UMA EPIFANIA!

O fisco chupa-me até ao tutano, não em função dos meus rendimentos reais mas sim em função daqueles que, virtualmente, deveria ter ganho. Se não ganhou... azarito. Tivesse ganho. Não fosse langão!

É o matrix reloaded elevado à enésima potência.

Estou desgraçado!

E daí talvez não... será que a minha passagem à clandestinidade virtual significará a minha não-existência como contribuinte?

Vou à rua afogar esta dúvida metódica em meia-dúzia de imperiais e três pires de tremoços.

Ahhhhhhhhhh! É verdade....

A história de ter criado as tais páginas pessoais é mentira!

Sou cada vez mais um Calvinista confesso. Deus escolheu alguns de nós para serem importantes, outros (muitos) para serem insignificantes, outros (muitos mais) para terem a mania que são importantes e outros (uns quantos felizes contemplados entre os quais eu me insiro [gosto muito de inserir]), para carregar a cruz de betão armado, andar pelo mundo a espalhar amor e não ter direito a qualquer página pessoal na internet.

Arranjámos um blog e poupa-o!

Digo eu!... (mas eu também digo muita coisa que não tem importância nenhuma).

17 fevereiro 2010

Sons



Zélia Duncan.

Para a Isabel e para todos vós.

Um grande beijo para ti, amiga. Obrigado por tudo.

Enquanto um cigarro arde

Vem... sabe-se lá de onde.

Dentro de um casaco de malha preto, cotovelos a raiar a inexistência, saia cinzenta, coçada, adivinha-se uma mulher nova a quem a vida fez o desfavor de envelhecer precocemente.

Senta-se todos os dias no mesmo banco, à mesma hora, com a mesma displicência.

Os pombos cirandam em seu redor, receosos, expectantes.

Acende um cigarro.

No seu olhar não há lugar a tristeza pois há muito tempo nele se instalou a indiferença.

Cabisbaixa, olhos cinzentos fitando o vazio ou, quiçá, ensaiando jogadas no xadrez da saia.

No que pensará? Fará o balanço do dia? Organizará mentalmente a labuta que resta? Ou, simplesmente, descansará, pensando em nada ou em nem sequer pensar?

Xeque-mate!

O seu olhar perdido regressa de viagem.

Fita a beata suspensa de dois dedos amarelados pelo vício. Leva-a aos lábios carnudos e inspira uma última espiral de fumo consolador.

Levanta-se - abatida - e despede-se do momento, projectando no chão os restos de um instante de prazer.

Esmaga-os com um sapato já cansado, como se, acto contínuo, esmagasse a sua má-sorte.

Parte, de mão-dada com a solidão.

Vai... sabe-se lá para onde.

15 fevereiro 2010

Sons



Ou, para quem preferir a versão original de Bonnie Raitt

Porque sim!

Amo-te porque sim!

Amo-te como o Pablo Neruda disse que era possível amar...

Amo-te porque sou parvo.

Amo-te porque não tenho amor-próprio nem vergonha na cara.

Amo-te porque amar é isso mesmo: perder o amor-próprio, ganhar motivos para me envergonhar...

Irei amar-te até inspirar o que é óbvio: que não tenho quaisquer motivos para o fazer, a não ser, talvez, o magoar-me a mim próprio, estúpida e ininterruptamente.

Já nem sei porque te continuo a amar.

Amo-te... porque sim!

12 fevereiro 2010

Carnavais à séria

Cá vai uma sugestão de passeio alargado e devidamente documentado.
Façam-se à estrada e deliciem-se com estas pérolas do nosso património: pérola + pérola

Uma última faina

Lá fora, motores censurados pela espessura da vidraça,
um avião passa e repassa,
aguardando que a maré ouse devolver aquilo que o mar reclamou:
- O corpo de um pescador; a sobra de uma última faina.

Os nossos olhares cruzam-se, receosos, evitando-se, estranhos.
Não pelo que possam dizer mas por dizerem coisa nenhuma.

Na aritmética do momento, adicionámos um cigarro,
multiplicámos silêncios, dividimos a despesa e os rumos.
A prova dos nove deu resto de zero.

Não foi um almoço.
Foi a constatação final de um naufrágio, a consagração de uma morte.
Foi, porventura, a sobra de uma última faina.

A Tertúlia do Ginjal (recuperação de um clássico)

Boa tarde Manel!
Então? Aqui arrepimpadinho na esplanada?

É verdade amigo Armando! Aqui a remoer nos tempos do antigamente…
Atão e tu?

Olha pá, venho agora lá de cima, da Fonte Luminosa. Fui aviar os medicamentos. Porra pá! Até venho de perna aberta! Isto cada vez tá pior!

Assenta aí um bocado pá!
Ó Pé Curto… traz aí duas ginjinhas!

Com que então a remoer nos idos de outrora, hein?

É verdade pá… mas isto Cacilhas já não é o que era. Tu alembras-te da nossa tertúlia?

Ó pá!... penso tantas vezes nisso… nós ambos os dois, o Xico “Canudo”, o “Espanta Cães” e o “Zé da Pipa”!

G’anda seita pá!
Não havia bicho que metesse medo à malta nem maleita qu’entrasse no cabedal… Olha… por exemplo… em vez de ginjinhas mamávamos absintos!

É pá, não me fales de absinto que m’alembras das cruzes!

Cruzes? Quais cruzes?

As minhas, pá! O meu médico de família diz que o meu fígado tá aqui que parece um boletim do Euromilhões… cheio de apostas múltiplas! Eheheh
A filha da Amália peixeira, sabes quem é, não sabes? Aquela que morava nas escadinhas do castelo…

Sim já me lembro…

Pois! Essa mesmo… a miúda é farmacêutica. Disse-me no outro dia pa eu ter cuidado com a alimentação… pa fazer uma dieta regrada…

E qu’é que tu lhe respondeste?

É pá, eu disse-lhe que, devido à reforma que tenho por mês, aplicava sempre às minhas refeições a regra dos noves… noves fora nada! Eheheheh
Partiu-se toda a rir!... muita simpática a moça… e jeitosa… herdou aquelas ancas da mãe.
Tu alembras-te das ancas da mãe?

Ó pá! Se m’alembro!...
Quando ela passava p’la malta, a gente fazia de conta que não ligava… mas depois era tudo a olhar pa trás, a tirar o molde ós quadris qu’eram da largura da canastra qu’ela levava à cabeça! Eheheh

Ai que secura!

Por falar nisso… Ó Pé Curto… traz aí mais duas ginjas!

E as noitadas de fado n’”O Farol” e n’”O Grande Elias”?
É pá… ainda te lembras como o Xico “Canudo” cantava o fado? G’anda malha!...

Se m’alembro!... O Xico… g’anda Xico… Ainda te lembras como é qu’ele ganhou a alcunha do “Canudo”?

Lembro pá! Foi porque o gajo ateimava qu’era Doutor… que tinha tirado o curso na tropa.

E lembras-te d’ele andar sempre c’aqueles livros muita esquisitos debaixo do braço?

Lembro!... ainda tenho um em casa qu’ele m’ofereceu… A Arte de Galanteria, dum gajo qualquer do tempo dos Filipes… D. Francisco de Portugal.
De vez em quando pego naquilo pa ler… não admira qu’o Xico fosse esperto pá! Aquilo tem lá umas gandas verdades.
O gajo era Português mas andou lá fora à porrada por conta dos Espanhóis… é pá foi naquela altura qu’os Espanhóis mandaram em nós… tu sabes, não sabes?... Quando regressou, vinha à espera de uma recompensa do D. Filipe – ou lá com’é que se chamava o maricas do rei. Mas como o gajo era Português, e ainda por cima andava a comer as damas todas lá na Corte, em Espanha, o outro fez-lhe um manguito!... Mas o nosso não se ficou – o gajo era teso! Vai daí e escreveu a seguinte quadra… e em espanhol… pa não haver dúvidas:

(‘pera aí… deixa-me dar aqui mais uma quinada que já ‘tou a ficar co’a goela seca!)

Los mejores valen menos;
Mirad que gobernacion:
Ser gobernados los Buenos
Por los que tales no son!

Á g’anda Xico “Canudo”!... ou melhor… neste caso é mais Á g’anda Xico de Portugal! Eheheheh
Mas olha qu’isso bem s’aplicava hoje a nós… estes políticos qu’a gente tem não valem um chavelho e andam aí atrás da cheta que nem cães atrás dum osso!...

Pois é pá! Olha… fazia cá falta o nosso “Espanta Cães”!

Nem mais! Mas que raio seria qu’o homem tinha qu’os cães fugiam dele com’ó Diabo da cruz?

E pá… eu isso não sei! Mas lá qu’agora dava um granda jeitão… lá isso dava! Tu ‘tás a ver a gente a largar o gajo dentro dum Conselho de Ministros? Aquilo é qu’havia de ser… Ministros, Secretários de Estado, Adjuntos, Consultores dos Adjuntos, Manicuras, Pedicuras… tudo a saltar p’las janelas?… e a gente sentados cá fora, a beber umas bjecas e a rir às gargalhadas, como fazíamos quando o Zé da Pipa ía roubar maçãs reinetas à mercearia do coxo.

Eheheheh… Ena pá… o Zé da Pipa… O gajo tinha a mania da pesca... Tu alembras-te, aí por alturas do 25 d’Abril, qu’o gajo ‘tava à pesca no Olho de Boi e a malta chegou lá, ao pé dele, e nacionalizámos-lhe um safio muita grande qu’ele tinha apanhado?

Ehehehe… atão não m’alembro? Foi nesse dia pó jantar, com 3 kgs de batatas. Eheheheh… Ganda caldeirada acompanhada c’o palhinhas de 5 lts que tu trouxeste lá de cima, da taberna do Pancão…

Ai… que tempos bem passados… Ó Pé Curto!...

Já sei! Já sei!... mais duas ginjinhas…

10 fevereiro 2010

Sócrates, o Joãozinho e o Paulinho

Ao comemorar os 100 dias do Governo não fazer nada, Sócrates foi a uma escola conversar com as criancinhas, acompanhado de uma comitiva.
Depois de apresentar todas as maravilhosas “realizações” do seu Governo nesses 100 dias, disse às criancinhas que iria responder a perguntas.

Uma das crianças levantou a mão e Sócrates perguntou:
- Qual é o seu nome, meu filho?
- PAULINHO.
- E qual é a sua pergunta?
- Eu tenho três perguntas:

1ª) Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?
2ª) Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?
3ª) O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?

Sócrates fica um pouco desnorteado, mas neste momento a campainha para o
recreio toca, ele aproveita e diz que responderá depois do recreio.

Após o recreio, Sócrates diz:
- Porreiro Pá, onde estávamos? Acho que eu ia responder a perguntas.
Quem tem perguntas?
Um outro garotinho levanta a mão e Sócrates aponta para ele.
- Pode perguntar, meu filho. Como é o seu nome?
- JOÃOZINHO, e tenho cinco perguntas:
1ª) Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?
2ª) Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?
3ª) O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?
4ª) Por que é que a campaínha do recreio tocou meia hora mais cedo?
5ª) Onde está o PAULINHO??

08 fevereiro 2010

Ontem...

Deito-me angustiado com a sua recordação por companhia.
Deixo-me embalar na memória do seu abraço, de quando me aninhava nela e ela em mim e nos estreitávamos, como se fosse possível fundir nossos corpos para assim passarem a noite.
Acordo para uma cama vazia...
É noite... ainda.
Visto-me; saio para a rua; meto-me no carro e rumo ao Cabo.
No extremo do promontório estendo-me sob um céu estrelado ouvindo o mar espreguiçar-se sobre as rochas e sentindo a carícia do vento. O vento... meu irmão. Pedi-lhe que corresse célere e lhe sussurrasse ao ouvido "espero por ti!".
Lá em baixo o mar continuava zurzindo encantamentos a um homem desencantado. Não me apeteceu descer.
Não! Ainda não!...


(Dedicado a uma amiga que costuma dizer que, por mais velhos, audazes e sabedores, não passamos de crianças a precisar do conforto de um colo e de uma palavra encorajadora.)

04 fevereiro 2010

Mais um elogio à mediocridade e à hipocrisia.

Pena a casa não ter desabado durante um destes muitos discursos ministeriais de circunstância...

Vd aqui

02 fevereiro 2010

Folhetim Crespo

Para os eventualmente interessados, podem seguir o assunto aqui e aqui.

Leituras

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
basta a esperança naquilo que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. Somos


Sebastião da Gama
 

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