22 março 2012

Retalhos de um dia improvável

Um almoço:
Restaurante XXX (não interessa o nome), gerido por um senhor de provecta idade e suas duas filhas, moçoilas na casa dos trintas.
Repto lançado por um cliente:
- Ó Daniela (nome fictício)... está na berra um restaurante onde as empregadas andam a servir à mesa de lingerie e em topless.
Resposta pronta:
- Olha que boa ideia, eu e a minha irmã nesses propósitos. Até lhe arranjava uma mesinha mesmo ao pé do meu pai que, entretanto, estaria ao grelhador, de tanga padrão leopardo, a virar frangos no carvão.

Um café depois de almoço:
Bar da Biblioteca Nacional (não... não é fictício).
Eu ao balcão, duas empregadas a atender. Cavaqueira séria. O tema: celulite.
- Xiii, nem te digo. Sou uma desgraçada. É bués, aqui nas nalgas.
- Eu, nem por isso. Só uma beca aqui nas gambas (disse, batendo com as mãos nas coxas).
E o edifício, esse santuário da língua de Camões, sofreu um convulsivo estertor. Era, certamente, o reflexo telúrico do poeta às voltas na cova.

Sem comentários:

 

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