02 agosto 2010

Hispaniola Dominicana

Dias de suor, aventura, misticismo e encanto.
A pé, a nado, a cavalo, de canoa.
Da costa atlântica à do Mar das Caraíbas através da floresta tropical, onde a luz penetra a copa das árvores em estiletes de cristal.
Da areia dourada à areia branca por terra ora castanha ora vermelha.
Do mar azul ao mar verde esmeralda, vencendo a água barrenta dos rios ou a água cristalina que brota do ventre da rocha marmórea, desabrochando em cascatas que se sucedem como pregas de um vestido.

A terra é mãe, fértil e generosa.
O mar é pai, sempre disposto a uma dádiva, a um abraço.
Numa terra onde a escola não é obrigatória e o casamento acontece naturalmente a partir dos treze anos, os meninos passam a sua curta infância entregues a estes pais, mais do que aos seus próprios progenitores. Sobem a uma bananeira, trepam a um coqueiro, pescam, mergulham...
Mais tarde, no caminho de regresso a casa, saciam-se com a polpa açucarada do ananás mais doce do mundo.


O mar é um pulsar constante de vida.
Mergulhámos em apneia numa água pejada de pequenos peixes de todas as formas e cores. Batemos o recife de coral e os bancos de algas. Tivemos golfinhos por companhia.








Depois, exaustos, deitámo-nos na areia quente, inebriados com tanto verde, azul e dourado.


O crepúsculo brindou-nos com o chilrear das andorinhas que, em voos acrobáticos, reclamavam o domínio dos céus. O sol, esse, espreguiçou-se uma última vez antes de desaparecer sob o horizonte, deixando o mar pejado de reflexos luminosos.
A noite caiu, tranquila e misteriosa. Sentados na areia deixámo-nos embalar pelos sons que só semelhante floresta é capaz de produzir. A lua, plena, resplandeceu num branco sem mácula, e as estrelas reflectiram-se no mar criando um duplo céu, como a querer lembrar que, na multidimensionalidade que compõe o universo, os princípios se espelham.


É difícil escapar ao apelo desta ilha feiticeira.

Sorcerer
Stevie Nicks

2 comentários:

Unknown disse...

Ainda bem que valeu a pena e que gostaste. Bjo

Anónimo disse...

Grande retrato!

Até quase consegui absorver os cheiros dos ambientes que tão brilhantemente descreveste.

Obrigado, pela tua generosidade em partilhar esses momentos mágicos.

Abraço,
JGF

 

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