14 maio 2006

Vila de Rei e Maringá

Aquilo Vila de Rei é uma terra de 'pês', só deu padres e pedras, pinheiros e polícias. E sobretudo transpira subserviência (...) É eu não gostar das raízes que tenho. Nunca gostei. Tudo o que me cheira à Beira Baixa, àquela Beira é pior que...(...) Para mim tudo o que vem dali é mau (...).
José Cardoso Pires, natural de Vila de Rei, entrevista com Fernando Assis Pacheco, Jornal de Letras , Artes e Ideias, 3 de Março de 1981, republicada ibidem 24 de Janeiro de 1999.
Vd. Wikipédia, Vila de Rei.

A Ala questiona-se: O que diria hoje o indígena Cardoso Pires?
A Perfeita, ops, perdão, a Presidente da Câmara Maria Irene não fez a coisa por menos e...toma! Arrefinfou-lhe com uma geminação luso-brasileira.
O burgo gémeo é a cidade de Maringá no Estado do Paraná.
De acordo com artigo publicado no site da edilidade, a geminação com Maringá deve-se ao facto de naquela cidade existir uma vasta comunidade portuguesa que, por sua vez, é maioritariamente constituída por imigrantes oriundos de Vila de Rei.
Pelos vistos, Vila de Rei não é só terra de pês. Também é, ou pelo menos foi, "terra de és": Escritores e emigrantes.
A dimensão de Maringá é inversamente proporcional à de Vila de Rei. Tem cerca de 300.000 habitantes, dois grandes polos universitários e a sua principal actividade económica centra-se na agricultura. A cidade alberga ainda o maior festival de música do sul do Brasil e a sua catedral é o 2º monumento mais alto da América do Sul.
Vila de Rei tem cerca de 3.000 habitantes, no mes de Junho leva a efeito o festival Rock na Vila e, entre o fim de Julho e o início de Agosto, realiza a Feira de Enchidos, Queijo e Mel.
Palavras para quê?
Bom... palavras para, pelo menos, alertar os mais distraídos.
Telejornais de ontem à noite... reportagem de Vila de Rei... manifestação do Partido Nacional Renovador... tempo de antena dado ao presidente do dito cujo... declarações do senhor: O PNR não está contra os Brasileiros, está contra a exploração de mão-de-obra escrava promovida pelo Capitalismo selvagem.
Bom... temos que confessar que ficámos um bocado atrapalhados. De repentemente até pensámos que fosse um comunista infiltrado na manifestação.
Pois é! Não era não senhor.
O discurso proferido pelo dito senhor (não nos lembramos do nome mas também não é grave), incluía a seguinte acusação:
Claro está que, por sermos incómodos e dizermos as verdades, logo tratam de mentir descaradamente, distorcendo por completo a nossa mensagem e colando-nos os habituais rótulos de violentos, racistas, etc. Nada disso!
O discurso habilidoso, meu caro senhor, é o seu! Vem com essas larachas de defesa dos mais desfavorecidos mas a balela não passou. Pelo menos pelo crivo da Ala.
Leiam o discurso na íntegra ou, se não tiverem estômago para isso, vejam aqui o cartaz da manifestação. A verdade é como o azeite!


2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é... Ele ter razão... até tem. O problema está na forma como estes 'alarves' utilizam a informação e manipulam quem se deixa manipular, para passar a mensagem subtil de um orgulho nacionalista fascista, doentiamente disfarçada.

Anónimo disse...

Ora... toda a gente sabe que os cabeças raqpadas são uns coraçõezinhos moles !!!
Ficaram preocupadinhos com o desemprego e assim... e tal...
As suásticas, as sdaudações fascistas, as botifarras espezinhantes, os ares de supremacia racial... são tudo invenções!
Más línguas, é o que é!
Bah...

 

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