Por vezes apetecia-me chorrilhar. Isso mesmo... chorrilhar.
Abrir a goela e proferir, alimentado por um fôlego ininterrupto vindo sabe-se lá de onde, um contínuo de impropérios contra mim próprio.
É karma; motivo de aprendizagem; estratégia de evolução? Talvez. Mas às vezes sabe bem gritar "Puta que pariu tudo isto!". É libertador, renova o espírito e, embora nem sempre surta os resultados almejados, alinha os chacras, os meridianos e os pontos de acupunctura.
E assim vou eu, numa espécie de hula-hula cerebral, tentando segurar as travessas em ambas as mãos sem deixar cair os copos.
Um amor, velho e inconformado para mim, morto e enterrado para ela; as angústias da espera - espera por respostas, por perspectivas de futuro, por pontos de fuga...
Um pouco de normalidade vinha a calhar.
Dou por mim a rir de outro tanto. O contra-senso inerente... Alguém que advoga a diversidade e a alteridade como valores dinâmicos e propiciadores de mudança anseia agora por um pouco de normalidade. Teria querido dizer estabilidade ao invés de normalidade? Provavelmente o erro estará na escolha de palavras ou - melhor e mais cómodo - o erro está em mim.
É uma travessia. Mas por vezes...
27 janeiro 2010
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1 comentário:
... Fico pelo silêncio das palavras que gostaria de saber dizer-te.
Gosto muito de ti!
Sandra
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