27 abril 2010

Questão religiosa ou horológica?

Homem: Deus?
Deus: Sim?
Homem: Eu posso fazer-lhe uma pergunta?
Deus: Claro!
Homem: O que é um milhão de anos para si?
Deus: Um segundo.
Homem: E um milhão de dólares?
Deus: Um centavo.
Homem: Deus, será possivel dar-me um centavo?
Deus: Espere só um segundo!

Volta, Salazar. Estás perdoado!

Não sei quem escreveu isto mas a História é o que é.

Corria o ano de 1960 quando foi publicada no "Diário do Governo" de 6 de Junho a Lei 2105, com a assinatura de Américo Tomaz, Presidente da República, e do Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar. Conforme nos descreve Pedro Jorge de Castro no seu livro "Salazar e os milionários", publicado pela Quetzal em 2009, essa lei destinou-se a disciplinar e moralizar as remunerações recebidas pelos gestores do Estado, fosse em que tipo de estabelecimentos fosse. Eram abrangidos os organismos estatais, as empresas concessionárias de serviços públicos onde o Estado tivesse participação accionista, ou ainda aquelas que usufruíssem de financiamentos públicos ou "que explorassem actividades em regime de exclusivo". Não escapava nada onde houvesse investimento do dinheiro dos contribuintes. E que dizia, em resumo, a Lei 2105? Dizia que ninguém que ocupasse esses lugares de responsabilidade pública podia ganhar mais do que um Ministro. Claro que muitos empresários andaram logo a espiolhar as falhas e os buraquinhos por onde a 2105 pudesse ser torneada, o que terão de certo modo conseguido devido à redacção do diploma, que permitia aos administradores, segundo transcreve o autor do livro, "receber ainda importâncias até ao limite estabelecido, se aos empregados e trabalhadores da empresa for atribuída participação nos lucros". A publicação desta lei altamente moralizadora ocorreu no Estado Novo de Salazar, vai dentro de 2 meses fazer 50 anos. Catorze anos depois desta lei "fascista", em 13 de Setembro de 1974 (e seguindo sempre o que nos explica o livro de Pedro Castro), o Governo de Vasco Gonçalves, recém-saído do 25 de Abril, pegou na ambiguidade da Lei 2105 e, através do Decreto Lei 446/74, limitou os vencimentos dos gestores públicos e semi-públicos ao salário máximo de 1,5 vezes o vencimento de um Secretário de Estado. Vendo bem, Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar, quando assinaram o 446/74, passaram simplesmente os vencimentos dos gestores do Estado do dobro do que ganhava um Ministro para uma vez e meia do que ganhava um Secretário de Estado. O Decreto- Lei justificava a correcção pelo facto da redacção pouco precisa da 2105 permitir "interpretações abusivas" permitindo "elevados vencimentos e não menos excessivas pensões de reforma". Ao lermos esta legislação hoje, dá a impressão que se mudou, não de país, mas de planeta, porque isto era no tempo do "fascismo" (Lei 2105) ou do "comunismo" (Dec. Lei 446/74). Agora, é tudo muito melhor, sobretudo para os reis da fartazana que são os gestores do Estado dos nossos dias. Não admira, porque mudando-se os tempos, mudam-se as vontades, e onde o sector do Estado pesava 17% do PIB no auge da guerra colonial, com todas as suas brutais despesas, pesa agora 50%. E, como todos sabemos, é preciso gente muito competente e soberanamente bem paga para gerir os nossos dinheirinhos. Tão bem paga é essa gente que o homem que preside aos destinos da TAP, Fernando Pinto, que é o campeão dos salários de empresas públicas em Portugal (se fosse no Brasil, de onde veio, o problema não era nosso) ganha a monstruosidade de 420000 euros por mês, um "pouco" mais que Henrique Granadeiro, o presidente da PT, o qual aufere a módica quantia de 365000 mensais. Aliás, estes dois são apenas o topo de uma imensa corte de gente que come e dorme à sombra do orçamento e do sacrifício dos contribuintes, como se pode ver pela lista divulgada recentemente por um jornal semanário, onde vêm nomes sonantes da nossa praça, dignos representantes do despautério e da pouca vergonha a que chegou a vida pública portuguesa. Assim - e seguindo sempre a linha do que foi publicado - conhecem-se 14 gestores públicos que ganham mais de 100000 euros por mês, dos quais 10 vencem mais de 200000. O ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, o mesmo que estima à centésima o valor do défice português, embora nunca tenha acertado no seu valor real, ganhava 250000 euros/mês, antes de ir para o exílio dourado de Vice-Presidente do Banco Central Europeu. Não averiguei quanto irá vencer pela Europa, mas quase aposto que não será tanto como ganhava aqui na santa terra lusitana. Entretanto, para poupar uns 400 milhões nas deficitárias contas do Estado, o governo não hesita em cortar benefícios fiscais a pessoas que ganham por mês um centésimo, ou mesmo 200 e 300 vezes menos que os homens (porque, curiosamente, são todos homens...) da lista dourada que o "Sol" deu à luz há pouco tempo. Curioso é também comparar este valores salariais com os que vemos pagar a personalidades mundiais como o Presidente e o Vice-Presidente dos EUA, os Presidentes da França, da Rússia, e...de Portugal. Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês. Não é preciso muito, nem sequer é preciso ir tão longe como o DL 446 de Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar: basta ressuscitar a velhinha, mas pelos vistos revolucionária Lei 2105, assinada há 50 anos por Oliveira Salazar. Que tristeza!

Daniel Oliveira: Antes pelo contrário

Uns gananciosos, estes trabalhadores.

Leiam porque vale (muito) a pena...

26 abril 2010

Sons (e imagens)

Para ouvir e pensar;
Para ver e rir...


Sting
Brand new day

Missão (quase) cumprida!

Sábado à noite lá fomos fazer a nossa caminhada, tal como devida e antecipadamente comunicado (leram bem, seus/suas grandes baldas???).
Começámos, como manda a tradição, por nos perdermos no asfalto. Sim... porque no mato a malta nunca se perde!!!
Chegados à Capela das Necessidades foi feito um compasso-de-espera até tirar o sacristão da cama. Não falha! O homem pressente gente e sai sempre disparado à procura da Elvira, uma musa, não se sabe se Clio, se Erato (afinal a senhora é de História mas trabalha com livros), que, em idos de outras passeatas, lhe bateu à porta pedindo autorização para lavar a cara no tanque da roupa.
Lá partimos contrariados pelo facto de não haver manteiga da Quinta do Alcube. A semana passada as ovelhas fizeram saber que nem mesmo que a ordenha fosse feita pelo ministro das Finanças se lhes conseguiria espremer uma gota de leite a mais. Mal sabiamos nós que os padeiros do moinho em Palmela tinham ido todos para o fogo-de-artifício e que nem a uma abençoada côdea de pão teriamos direito.
Por falar nisso: quantos de vós podem afirmar ter já assistido em simultaneo a fogo-de-artifício em Setúbal, Lisboa, Almada, Seixal, etc., etc.? Hein?
Bem feita!

22 abril 2010

Milagres... precisam-se!

Mas que chachada!
No dia 11 de Maio todos os monumentos e sítios dependentes do IGESPAR terão acesso gratuito por ocasião da visita do Papa Bento XVI a Portugal.
Os palácios nacionais, museus e sítios tutelados pelo Ministério da Cultura terão também acesso gratuito.
O despacho de S. Exa. o Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, justifica tal decisão com a importância política, cultural e religiosa da visita do Papa Bento XVI e, ainda, a perspectiva de a ocasião poder propiciar à população nacional e aos visitantes estrangeiros tempos de maior disponibilidade para o lazer espiritual e enriquecimento cultural (...). (Vd. Despacho aqui)
Esta abébia terá que ser conciliada com a tolerância de ponto dada aos funcionários públicos em Lisboa, para a tarde de dia 11 de Maio. (Dia 13 há tolerância de ponto a nível nacional e no dia 14 de manhã, apenas para os funcionários públicos do Porto).
Posto isto, apetece-me tecer os seguintes comentários:
- Os funcionários públicos que trabalham nos monumentos, sítios, palácios nacionais e museus vão ter o previlégio de, uma vez mais, serem entalados (para não utilizar o vernáculo) em relação aos seus congéneres;
- O Papa é um sujeito pouco solidário. Sim... é verdade. Se fosse um gajo pachola, e considerando que só há tolerância de ponto no sítio por onde sua Eminência passa, faria um périplo tipo Volta a Portugal em Papamóvel, para que todo o miserável funcionário público pudesse usufruir de maior disponibilidade para o lazer espiritual e enriquecimento cultural, indo, por exemplo, à praia, fazer um piquenique com a família, ou até - porque não? -, passar a tarde no tasco lá do bairro a beber mines e a comer torresmos à desgarrada durante uns riscos de bisca dos nove.
- Sendo dia 11 de Maio uma 3ª feira e dia 13, forçosamente, uma 4ª feira, está-se mesmo a ver a malta a meter uns dias e a ir de vacances para os algarves, com ou sem fim-de-semana incluído. Mas tudo bem! haja tempo para o lazer espiritual.
- A única coisa de verdadeiramente positivo que me parece ser possível retirar de tudo isto é a abertura gratuita dos museus, palácios, monumentos, etc e tal. Tenho a certeza que, em sequência do maior afluxo de fiéis às igrejas de de Lisboa durante a tarde de dia 11 de Maio, o Patriarcado de Lisboa não deixará escapar a oportunidade de fazer passar a cestinha das esmolas para reunir uma verba solidária que permita (pelo menos) aos museus adquirir um mísero tonner para a impressora que é comum a todos os serviços, ou, o que já não é novidade, poder adquirir papel higiénico para as suas instalações sanitárias.
Perguntar-me-ão: Mas como é que nada disto ainda veio a lume? E como é possível  a Senhora Ministra da Cultura afirmar em recente entrevista que os museus em Portugal nunca viveram uma situação financeira tão desafogada?
À primeira pergunta respondo-vos que tais situações não foram ainda tornadas públicas porque os Directores dos nossos museus são (quase todos) verdadeiros milagreiros. (Podiam aproveitar a presença do Papa para os canonizar!). Ainda se argumenta que os nossos museus precisam de gestores? Numa discussão mais aprofundada diria que sim. Mas olhem que os actuais titulares, muitos deles sem qualquer competência técnica nessa área, não são nada maus...
À segunda pergunta... não sei responder. A menos que a Senhora Ministra viva no 5º anel de Saturno e venha à Terra só para assinar o Despacho.
Milagres... precisam-se!
Pode ser que com a vinda do Papa...

O Papa Bento XVI quando participava nas vindimas.
Douro - 2009

Feliz Dia da Terra

19 abril 2010

18 abril 2010

Citações

Miguel Sousa Tavares (...) defende-se contra aquilo que o preocupa: que as declarações de impostos venham um dia a ser públicas. Disso, o moralista, o inquisidor, o santinho, o infalível, o iluminado, o atormentado, o pecador, o egocêntrico - em suma, o padreca sem fé do século XXI - tem medo.
Pedro Tadeu
in Diário de Notícias

Ora tomem lá este exemplo e ganhem vergonha nessas caras. Corja de sanguessugas...

Sons (é por isso que é tão bom ter alguém...)



Dig
Incubus

17 abril 2010

Afinal elas já nascem assim.

Estamos lixados! Não há nada a fazer...



Mostrei este post à minha vizinha de baixo que me respondeu:


O que me leva a concluir que, com o avançar da idade, elas vão passando por vários métodos de expressão.
Tenho que aprofundar esta temática...

Caminhada na Arrábida

A caminhada de hoje à noite ficou para o próximo Sábado.
Vamos deixar secar o terreno.
O ponto de encontro é no terminal de autocarros em Palmela, por volta das 22 horas.

Nada de baldas!...

16 abril 2010

Laivos de claridade

É estranho como o amor supera tudo o que está menos bem, tudo o que está errado. Uma idiotice, quiçá, mas ainda assim uma verdade.
E por que não mesmo uma idiotice?
Todas as pessoas apaixonadas agem por vezes de forma idiota e pensam, não menos vezes, de forma igualmente idiota. Não obstante estão-se nas tintas, descendo voluntariamente a limites onde nunca haviam pensado chegar, pondo em causa o seu amor-próprio ou mesmo a sua dignidade.
Não importa. Nada importa.
Chegando a uma certa idade e a um determinado grau de consciência de quão precioso e raro é tal sentimento, é extraordinário aquilo que estamos dispostos a fazer pela mera possibilidade de amor.
Não é fácil de alimentar, de suster. Mas fosse ele fácil de encontrar e perderia todo o seu preciosismo.
Nunca é tarde... mas por vezes sentimo-nos invadidos pela sensação de que é já tarde demais.

Um dos meus favoritos

Hoje... de tarde.
Não tendo nada de nada para fazer, para mal dos meus pecados, revi as mais de três horas de um dos meus filmes favoritos: Magnolia, de Paul Thomas Anderson.
A puta da vida não é fácil. Mas também não foi feita para isso!
Não foi muito boa ideia...

Fica a Aimee Mann com o seu Wise up à laia de homenagem ao filme.

14 abril 2010

Sons


Georgia on my mind
Alicia Keys & Jamie Foxx

Seminário de Cultura Material

Amanhã. Para quem não tiver mais nada que fazer...
Terei o maior prazer em contar com a vossa presença.
Vd- AQUI

11 abril 2010

Sons



Iris
Goo Goo Dolls

Sortelha

Eu prometo colocar no blog algumas fotos das muitas idas a Sortelha para melhor perceberem o património cultural e natural posto em causa por esta verdadeira barbaridade.
Para já fica a indicação do link da petição.
Subscrevam!

Nem mais nem ontem...

Vejam-me lá bem do que havia de se lembrar esta cabresta (palavra que não existe mas que se aplicaria que nem uma luva ou,  melhor, que nem uma bandarilha)

Canzoada

Esta é a canzoada reminiscente: o Chaka (12 anos) e a Luka (7 anos).

10 abril 2010

Bonsais I

Começo hoje a aproveitar este blog para documentar a minha família de bonsais.
Este ulmeiro chinês - zelkova parvifolia - de maiores dimensões é o "Vida Nova". Foi o primeiro, há cerca de dois anos. Estava sózinho até ao dia em que resolvi comprar o outro meia-leca (também ulmeiro chinês), o "Sem-abrigo", que estava a definhar numa caixa de supermercado. Aproveitei para os juntar e assim têm estado desde então. Parece que se têm dado bastante bem.
(Nota: A grande maioria dos transplantes e/ou montagens de múltiplas plantas em rocha - como verão adiante - foram feitos em workshop com a nossa "mestra" Maria João, no seu Centro de Jardinagem da Sobreda).

A culpa foi da rabanada de vento...


Para ouvir com as devidas cautelas de proximidade...

Sons (Por vezes, é assim...)



Missing
Evanescence

08 abril 2010

Errático

Terminámos a empreitada que tinhamos em mãos. Sim senhor!!!
O email com o trabalho seguiu dois minutos depois da meia-noite. Se não houvesse qualquer coisita de atraso, a entrega do trabalho seria atípica. Então não é de "tuga" atrasar tudo? E o que dizer do "quarto-de-hora" académico? E o chegar atrasado a encontros e a reuniões? E até ao casamento. Não é costume as noivas chegarem atrasadas à igreja ou à Conservatória do Registo Civil? Coitadas... São coisas como esta que dificilmente se perdoam às mulheres. Deus concedeu-lhes a possibilidade (que não deu aos homens) de poder usufruir de um tempo extra para caírem em si e se deixarem estar bem. Mas não! Insistem em subir ao altar. Irra!
"Altar é local de sacrifício" e esse é um facto inquestionável.
Mas adiante...
Eufórico - não sei se por ter acabado o trabalho se por força do JB green label - comecei logo a divagar sobre o "como" e o "onde" ir gastar o dinheirito que está para vir. O que foi? Querem ver que também não é tipicamente "tuga"? Antes de vir já está destinado e dane-se quem achar que a coisa assim é mal congeminada.
Surfando a net fiquei como o Toni, nas "Conversas da Treta":
- Hesito!
Cabo Verde, Rep. Dominicana, Jamaica, México ou Açores?
Por esta altura estarão a pensar: férias de teso. É verdade. Mas afinal de contas eu SOU TESO e acabei de fazer um pequeno trabalho. Não assaltei Fort Knox.
Em função do orçamento, toca a estabelecer critérios de preferência e de exclusão:
- Cabo Verde? Estive o ano passado na Ilha da Boavista. Vou já de seguida para C. Verde? Nops!
- Rep. Dominicana? Já fui. Mas aquela água... Meu Deus, aquela água...
- Jamaica? Um sonho antigo. E por que não?
- México? Tenho um preconceito latente que fará com que ainda não seja desta...
- Açores? Nunca fui. É daquelas coisas que "É já ali! Vou em qualquer altura.". Entretanto dá-nos o  treco lareco e acabamos por nunca lá pôr os pés. Não sei... hesito...
Porra! Tenho as torradas a fazer e já me cheira a José Sócrates em dia de exame de Inglês.
Depois logo vos direi como ficou esta minha deambulação mental. Provavelmente será, como quase sempre, atropelada pela velocidade estonteante das contas para pagar...
Vou mas é comer.
Sayonara!

PS: espero que tenham percebido o tom desprendido deste post. Claro que era bom que pudesse ser assim.

Sons (É super-básico, mas é verdade!)



Drive
Incubus

07 abril 2010

Onde é que eu já vi/ouvi isto???



Enviado por um leitor deste blog. Tal como com o deputado, não fui autorizado a referir o respectivo nome.

Passeio na Arrábida

Para depois não haver desculpas...
Dia 17 de Abril, passeio nocturno na Arrábida.
Pormenores brevemente disponíveis aqui

(Re) Leituras

Um homem deveria aprender a detectar e a observar mais a luz que atravessa interiormente a sua mente como um raio, do que o brilho do firmamento de bardos e sábios. Todavia, o homem desdenha-o, não lhe presta atenção, por esse pensamento vir de si mesmo. Em toda a obra genial reconhecemos os nossos próprios pensamentos que rejeitámos; eles voltam ao nosso encontro com uma certa magestade alienada, devido ao seu carácter alheio. As grandes obras de arte não nos oferecem lição mais válida do que esta: ensinam-nos a obedecer à nossa espontaneidade com uma inflexibilidade bem humorada, tanto mais quando todo o coro das opiniões está no outro campo.
(...) Em toda a parte a sociedade conspira contra a virilidade de cada um dos seus membros. É uma empresa de capital social cujos membros se põem de acordo para retirar liberdade e cultura àquele que come, a fim de melhor garantirem o pão quotidiano dos seus accionistas. A virtude mais estimada é o conformismo. A sociedade só sente aversão pela autoconfiança. Não gosta de realidades nem de criadores, mas de nomes e costumes.

"A Confiança em Si" (1841) in
A Confiança em Si, A Natureza e outros ensaios
Ralph Waldo Emerson

06 abril 2010

Boa, boa!!!

Nasceram as duas primeiras crias de linces ibéricos em cativeiro em Silves.
Mais aqui.

Mais logo...

São quase horas de quase nada.
Estávamos em plena laboração - os prazos são para respeitar (excepto pelos empreiteiros de obras públicas) - mas chegou aquela altura em que os olhos se turvam, a boca seca e um espasmo latente ameaça estourar algures entre o cóccix e a cervical.
Recostámo-nos na cadeira a ouvir Sheryl Crow e a pensar na família, nos amigos; nessa intrincada teia que é a vida e neste tosco tecer que é o nosso.
Mais logo vamos "bater à porta" de uns quantos e dizer-lhes que temos saudades deles.
A nossa vida não tem que se resumir à possibilidade da surpresa. Tem que se alindar à capacidade de surpreender.
Uma pequena centelha de felicidade terá sempre a incrível capacidade de fazer deflagrar o maior dos incêndios no coração de um ser humano.
Uma pequena centelha de felicidade será sempre como uma brisa fresca de final de tarde, sussurrando o prenúncio de algo diferente.

Para ti...



I took my love and I took it down
I climbed a mountain and I turned around
And I saw my reflection in the snow-covered hills
'till the landslide brought me down

Oh, mirror in the sky, what is love?
Can the child within my heart rise above?
Can I sail through the changing ocean tides?
Can I handle the seasons of my life?
I don't know.....I don't know...

Well I've been afraid of changin'
'cause I've built my life around you
But time makes you bolder; children get older
I'm getting older too....

So, take this love...take it down.
Oh, if you climb a mountain and you turn around
If you see my reflection in the snow-covered hills
Well the landslide will bring you down;
The landslide will bring you down...

04 abril 2010

03 abril 2010

A malta fala

As pessoas falam dos outros por dois motivos - por tudo e por nada - e de duas maneiras - a torto e a direito.
A mim sempre me fez alguma confusão falar de outrem na sua ausência. A maioria das vezes não há sequer qualquer razão para que tal aconteça. Mas isso é bom até porque nos mantém alerta para a necessidade de guardar uma atenção constante ao que dizemos sobre os outros.
Tenho por regra não proferir o que quer que seja sobre outra pessoa, que não fosse capaz de lhe dizer pessoalmente.
Embora nem sempre com o mesmo sucesso, tento colocar a mesma reserva relativamente ao que me é dado a ouvir. A minha avó gostava muito de se referir a estas situações como conversa de emprenhar pelos ouvidos.
Nesta época de Quaresmas, dietas e o Diabo a quatro, que tal se nos abstivéssemos de falar (nem precisa de ser mal) gratuitamente sobre os outros? Que tal se refreássemos o nosso hábito, useiro e vezeiro, de falar só por falar, como se não houvesse nada mais importante no mundo sobre o que conversar ou se não tivéssemos nada de verdadeiramente significativo para dizer aos outros.
Recuso-me a acreditar que o problema seja esse. É impossível que as pessoas sejam assim tão limitadas.
Haverá concerteza muita gente a quem não temos dito vezes suficientes o quanto gostamos delas, familiares e amigos, tantas vezes distantes, a quem poderiamos telefonar para dizer "estou aqui e não me esqueço de ti".
As palavras são demasiado preciosas para serem desperdiçadas. E pior do que o serem em vão é o serem-no com consequências negativas e desnecessárias.
Vamos todos fazer um pequeno exercício de contenção: no cabrito, no folar, nas amêndoas, mas, e sobretudo, no uso que fazemos das palavras.
Eu vou tentar!

02 abril 2010

Sons



Dream a little dream of me
Beautiful South

O anúncio do fim

O post de ontem foi suscitado pelo 1 de Abril. Mas olhem que, por vezes, vontade não nos falta...

Ficamos reconhecidos pelas reclamações do nosso enormíssimo exército de seguidores(as)...

01 abril 2010

O anúncio do fim

Pois é!...
Depois de muito meditar sobre o assunto, cheguei à conclusão de que já não há pachorra para manter este blog.
Assim, e para que o dito cujo não fique para aqui em limbo, o blog será inexoravelmente APAGADO.
Obrigado pela atenção que foram dispesando a estas linhas ao longo de uns anitos.

Bjs e abraços.

Pirolito
 

is where my documents live!