O tanto de bem que dissémos, o tanto de bem que fizémos quando o amor não cabia em nós.
O tanto de mal que dissémos, o tanto de mal que fizémos quando o amor se distraiu entre nós, ou de nós, já nem sei.
Perdemo-nos realmente ou ficámos apenas reféns do mal que nos oferecemos?
O tempo, que tudo cura, passa por mim acenando de longe com a promessa de um remédio que não vem. Mas afinal que impasse é este em que escorrego, mal me tendo de pé?
Quando tudo parece esfumar-se num passado longínquo, eis-me na presença da tua lembrança, pungente, como se de ti própria se tratasse. Vislumbro-te num carro que vem de frente; deitada na areia da praia; sentada numa cadeira de cinema; vejo-te entre duas colheres de maçã assada, sentado à mesa do restaurante, sozinho mas na tua companhia, o que me deixa ainda e cada vez mais só.
Quando te vejo não consigo deixar de fitar a tua boca. Acaba por ser irónico: eu tão triste enquanto a felicidade está mesmo ali, ao virar de um beijo teu... tão longe e tão perto.
26 outubro 2010
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