Se penso, existo; se falo, existo para os outros, com os outros. A necessidade é o lugar do encontro. Procuro os outros para me lembrar que existo. E existo, porque os outros me reconhecem como seu igual. Por isso, a minha vida é parte de outras vidas, como um sorriso é parte de uma alegria breve. Breve é a vida e o seu rasto. A posteridade é apenas a memória acesa de uma vela efémera. Para que a memória não se apague, temos que nos dar uns aos outros, como elos de uma corrente ou pedras de uma catedral. A necessidade de sobrevivência é o pão da fraternidade. O futuro é uma construção colectiva.
António Arnaut, in "As Noites Afluentes'"
14 novembro 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário