29 setembro 2006
Letras
Mais Que Isso
Eu não vou gostar de você porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma música que eu gostei e botei numa fita
Eu não vou gostar de você porque você acredita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita
Deixa de tolice, veja que eu estou aqui agora
inteiro, intenso, eterno, pronto pro momento e você cobra
Deixa de bobagem, é claro, certo e belo como eu quero
O corpo, a alma, a calma, o sonho, o gozo, a dor e agora pára
Será que é tão difícil aceitar o amor como é
E deixar que ele vá e nos leve pra todo lugar
Como aqui
Será melhor deixar essa nuvem passar
E você vai saber de onde vim, aonde vou
E que eu estou aqui
Ana Carolina / Chico César
Eu não vou gostar de você porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma música que eu gostei e botei numa fita
Eu não vou gostar de você porque você acredita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita
Deixa de tolice, veja que eu estou aqui agora
inteiro, intenso, eterno, pronto pro momento e você cobra
Deixa de bobagem, é claro, certo e belo como eu quero
O corpo, a alma, a calma, o sonho, o gozo, a dor e agora pára
Será que é tão difícil aceitar o amor como é
E deixar que ele vá e nos leve pra todo lugar
Como aqui
Será melhor deixar essa nuvem passar
E você vai saber de onde vim, aonde vou
E que eu estou aqui
Ana Carolina / Chico César
Puta de vida...
Segundo o o jornal Correio da Manhã, o fisco abriu guerra à prostituição.
Reza ainda a notícia que o combate à evasão fiscal nas actividades económicas suportadas pela prostituição é uma das prioridades da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos para 2007.
Ora, salvo melhor opinião ou entendimento, a notícia, posta nestes termos, encerra em si uma monumental contradição. Afinal em que é que ficamos? O combate é contra a actividade ou contra a evasão fiscal relativa aos rendimentos gerados por essa mesma actividade?
Ou alguém acha que o preciosísmo linguístico "actividades económicas suportadas pela prostituição" encerra a diferença?
Já agora... a prostituição não é ilegal? E o fisco pondera taxar, embora indirectamente, uma actividade ilegal?
Então e o tráfico de estupefacientes? Está isento?
Isto qualquer dia chega a um ponto em que ainda havemos de assistir a diálogos do género:
- Ó chouriço... orienta aí vinte pintores de chocolate.
- 'Tá-se bem! Com ou sem recibo?
Santa hipocrisia!
Reza ainda a notícia que o combate à evasão fiscal nas actividades económicas suportadas pela prostituição é uma das prioridades da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos para 2007.
Ora, salvo melhor opinião ou entendimento, a notícia, posta nestes termos, encerra em si uma monumental contradição. Afinal em que é que ficamos? O combate é contra a actividade ou contra a evasão fiscal relativa aos rendimentos gerados por essa mesma actividade?
Ou alguém acha que o preciosísmo linguístico "actividades económicas suportadas pela prostituição" encerra a diferença?
Já agora... a prostituição não é ilegal? E o fisco pondera taxar, embora indirectamente, uma actividade ilegal?
Então e o tráfico de estupefacientes? Está isento?
Isto qualquer dia chega a um ponto em que ainda havemos de assistir a diálogos do género:
- Ó chouriço... orienta aí vinte pintores de chocolate.
- 'Tá-se bem! Com ou sem recibo?
Santa hipocrisia!
Tem pai que é cego!
Alguém percebe este título de notícia?
Lei das Rendas: comprar casas desagradadas
2006/09/29 13:57 Judite França
Se o proprietário não fizer obras, inquilino pode comprar habitação.
28 setembro 2006
27 setembro 2006
Abjecções
Embora aos solavancos, de vez em quando lá se vai fazendo alguma justiça.
Homenagem
26 setembro 2006
O puto mete-nojo.
Foto@LUSA/Paulo Novais
Em todas as turmas há sempre um puto ranhoso que tem a mania que se veste melhor do que os outros.
Em todas as turmas há sempre um puto ranhoso que tem a mania que se veste melhor do que os outros.
AVISO
Todos sabemos que muitos emails recebidos à tonelada são uma mera palhaçada e que não merecem o tempo perdido a lê-los. Mas outros há que, pelo contrário, vale muito a pena dar-lhes atenção.
Hoje recebi um mail, enviado por uma familiar, alertando para o perigo de se misturar Coca-Cola Light com pastilhas Mentos.
Como é óbvio, o perigo reside no facto de cada um dos produtos possuir na sua composição substâncias químicas completamente incompatíveis entre si. Segundo o teor do mail, quando misturados no nosso estômago provocam uma reacção que pode conduzir à morte.
Para dar alguma consistência factual a isto, deixo-vos com um, dois, três, quatro vídeos de "brincadeiras" que demonstram o que acima se disse.
É ver para crer...
Hoje recebi um mail, enviado por uma familiar, alertando para o perigo de se misturar Coca-Cola Light com pastilhas Mentos.
Como é óbvio, o perigo reside no facto de cada um dos produtos possuir na sua composição substâncias químicas completamente incompatíveis entre si. Segundo o teor do mail, quando misturados no nosso estômago provocam uma reacção que pode conduzir à morte.
Para dar alguma consistência factual a isto, deixo-vos com um, dois, três, quatro vídeos de "brincadeiras" que demonstram o que acima se disse.
É ver para crer...
"Governo dispensa grupo que avaliou função pública".
Já agora, não acham que seria curioso saber-se quanto custou aos contribuintes este grupo excursionista?
25 setembro 2006
Gostava de ter sido seminarista
Porque este espaço também pode conter piadas que não são para o entendimento de todos...
Os restantes... utilizem este post como som ambiente enquanto se distraem a bisbilhotar o resto.
Novo estado civil
Agora, para além do casado, solteiro, viúvo, divorciado, amigado e encalhado, ainda há um outro estado civil que eu, confesso, desconhecia: o Trancado.
Objectivamente abjecta
Grande barraca!
Mea culpa, mea culpa. Mea maxima culpa!
Como cicerone da casa, cometi a imprudência objectivamente abjecta de não fazer as apresentações do novo membro da Ala dos Namorados.
Como castigo, sou obrigado a largar esta posta depois de ter sido confrontado com o "Furo lento" desta manhã.
Vergonha tamanha!
As minhas desculpas.
Mea culpa, mea culpa. Mea maxima culpa!
Como cicerone da casa, cometi a imprudência objectivamente abjecta de não fazer as apresentações do novo membro da Ala dos Namorados.
Como castigo, sou obrigado a largar esta posta depois de ter sido confrontado com o "Furo lento" desta manhã.
Vergonha tamanha!
As minhas desculpas.
Furo lento
A Polícia Judiciária é um fartote de rir... de tristeza.
Aquilo a que eu costumo chamar "furo lento", verifica-se sucessivamente e sem fim à vista.
Já agora, para os menos esclarecidos nestas coisas da gíria automobilística, um furo lento é aquele do qual, apesar de o pneu ter furado num determinado momento e porque a perda de ar se faz muito lentamente, o condutor só se apercebe muitos kms depois.
O director nacional da Polícia Judiciária vai pedir hoje à Procuradoria-Geral da República a abertura de uma investigação criminal ao caso da fuga de informação no interior da PJ do Porto a favor de Pinto da Costa.
Ainda ontem ouvimos nos telejornais que esta pouca-vergonha, passada no início de Dezembro de 2004, tinha provocado grande mal-estar na Judiciária do Porto e que o "chibo" em causa se tinha apressado a solicitar uma passagem antecipada à aposentação, quiçá aconchegado por algum complemento de reforma oferecido pelo Sr. Pinto da Costa.
Como é que a Direcção nacional da Polícia Judiciária, independentemente dos titulares dos cargos durante este período de quase dois anos, só agora determinou mandar fazer o que é óbvio para toda a gente?
É mais um furo lento! E depois ainda se admiram de ver a nossa Justiça, já de si um exemplo de eficiência, andar a maior parte do tempo a encher pneus...
Aquilo a que eu costumo chamar "furo lento", verifica-se sucessivamente e sem fim à vista.
Já agora, para os menos esclarecidos nestas coisas da gíria automobilística, um furo lento é aquele do qual, apesar de o pneu ter furado num determinado momento e porque a perda de ar se faz muito lentamente, o condutor só se apercebe muitos kms depois.
O director nacional da Polícia Judiciária vai pedir hoje à Procuradoria-Geral da República a abertura de uma investigação criminal ao caso da fuga de informação no interior da PJ do Porto a favor de Pinto da Costa.
Ainda ontem ouvimos nos telejornais que esta pouca-vergonha, passada no início de Dezembro de 2004, tinha provocado grande mal-estar na Judiciária do Porto e que o "chibo" em causa se tinha apressado a solicitar uma passagem antecipada à aposentação, quiçá aconchegado por algum complemento de reforma oferecido pelo Sr. Pinto da Costa.
Como é que a Direcção nacional da Polícia Judiciária, independentemente dos titulares dos cargos durante este período de quase dois anos, só agora determinou mandar fazer o que é óbvio para toda a gente?
É mais um furo lento! E depois ainda se admiram de ver a nossa Justiça, já de si um exemplo de eficiência, andar a maior parte do tempo a encher pneus...
24 setembro 2006
Suicídio betonado.
Este país está uma parvolândia; este país quer-se uma parvolândia.
Neste país, quanto menos letrado (não escrevi "culto" deliberadamente) melhor. Neste país, quanto mais iletrado (não escrevi "burro" deliberadamente) melhor.
A reportagem da SIC, Doutores & Desempregados, passou hoje logo após o jornal da noite. Se não tiveram oportunidade de a ver, procurem-na na SIC Notícias onde, certamente, não deixará de ser exibida mais algumas vezes.
São realidades como esta que a reportagem documenta que, por mais que me queiram vender o contrário, provam sem margem para dúvidas que Portugal é um país muito para além da cauda da Europa.
Tal como se dizia antigamente que os militares personificavam a "miséria dourada", este Portugal dos nossos dias bem podia ser designado como a "miséria betonada". É muita obra de Estado, muita auto-estrada, mas muito pouco investimento naquilo que é a verdadeira riqueza de uma nação: o seu povo.
Uma nação não é o seu Estado. Uma nação é o seu povo, o seu capital humano que é, em última instância, a sua alma, o seu sustentáculo.
Uma nação que persiste em deixar-se governar por um Estado que admite a despromoção do intelectualmente mais apto em detrimento de todos os outros, é uma nação que incita à iliteracia, uma nação que impede o seu próprio desenvolvimento, uma nação cada vez mais à mercê de outros países, em suma, uma nação que caminha convictamente em direcção ao abismo.
Neste país, quanto menos letrado (não escrevi "culto" deliberadamente) melhor. Neste país, quanto mais iletrado (não escrevi "burro" deliberadamente) melhor.
A reportagem da SIC, Doutores & Desempregados, passou hoje logo após o jornal da noite. Se não tiveram oportunidade de a ver, procurem-na na SIC Notícias onde, certamente, não deixará de ser exibida mais algumas vezes.
São realidades como esta que a reportagem documenta que, por mais que me queiram vender o contrário, provam sem margem para dúvidas que Portugal é um país muito para além da cauda da Europa.
Tal como se dizia antigamente que os militares personificavam a "miséria dourada", este Portugal dos nossos dias bem podia ser designado como a "miséria betonada". É muita obra de Estado, muita auto-estrada, mas muito pouco investimento naquilo que é a verdadeira riqueza de uma nação: o seu povo.
Uma nação não é o seu Estado. Uma nação é o seu povo, o seu capital humano que é, em última instância, a sua alma, o seu sustentáculo.
Uma nação que persiste em deixar-se governar por um Estado que admite a despromoção do intelectualmente mais apto em detrimento de todos os outros, é uma nação que incita à iliteracia, uma nação que impede o seu próprio desenvolvimento, uma nação cada vez mais à mercê de outros países, em suma, uma nação que caminha convictamente em direcção ao abismo.
23 setembro 2006
22 setembro 2006
A minha vida é muito digna!
Quem é, quem é que, em 1965, foi comandar o Depósito Avançado de Viveres nº 823 do Exército, em São Salvador, Angola?
Adjudicou o fornecimento de batatas a um comerciante, Manuel Marques Cabral, pelo preço de 4$00 quando, na verdade o quilo custava 3$50. Dos 50 centavos ficava com 35 e outro oficial com 15. No total, este Sr. Capitão, meteu ao bolso 258.505$85, o que daria hoje algo como cerca de 15 mil contos.
Caçado na vigarice foi expulso do Exército onde, em 1980, aproveitando-se de um expediente absolutamente nojento, veio a ser reintegrado e promovido a Major, tendo passado de imediato à reserva e ficando a usufruir de uma boa maquia mensal.
Isto são factos! Relativamente ao outro senhor existem apenas suspeitas nunca provadas.
A menos que o Sr. Major tenha informações que nós e a Justiça desconhecemos, não se percebe a frase não se meta comigo, porque a minha vida é tão digna como a sua.
Há por aí muito ordinário a bater com a mão no peito clamando dignidade...
Adjudicou o fornecimento de batatas a um comerciante, Manuel Marques Cabral, pelo preço de 4$00 quando, na verdade o quilo custava 3$50. Dos 50 centavos ficava com 35 e outro oficial com 15. No total, este Sr. Capitão, meteu ao bolso 258.505$85, o que daria hoje algo como cerca de 15 mil contos.
Caçado na vigarice foi expulso do Exército onde, em 1980, aproveitando-se de um expediente absolutamente nojento, veio a ser reintegrado e promovido a Major, tendo passado de imediato à reserva e ficando a usufruir de uma boa maquia mensal.
Isto são factos! Relativamente ao outro senhor existem apenas suspeitas nunca provadas.
A menos que o Sr. Major tenha informações que nós e a Justiça desconhecemos, não se percebe a frase não se meta comigo, porque a minha vida é tão digna como a sua.
Há por aí muito ordinário a bater com a mão no peito clamando dignidade...
Não se aprende mesmo nada...
Roga-se a alguma alma caridosa que, por obséquio, empreste uns livritos de História de Portugal ao nosso Governo?
É que, pelos vistos, ainda não se retiraram as devidas consequências do que acontece quando se vêm meter com os Concelhos e o seu poder local.
Na ânsia de desenterrar dinheiro da cabeça de um tinhoso vão comprar uma zaragata das antigas.
A menos que, e isso é muito mais grave, os nossos governantes tenham medido bem as consequências do que estão a fazer e, pura simplesmente, se estejam nas tintas.
É que nestas, como em muitas outras coisas, quando o mar bate na rocha...
É que, pelos vistos, ainda não se retiraram as devidas consequências do que acontece quando se vêm meter com os Concelhos e o seu poder local.
Na ânsia de desenterrar dinheiro da cabeça de um tinhoso vão comprar uma zaragata das antigas.
A menos que, e isso é muito mais grave, os nossos governantes tenham medido bem as consequências do que estão a fazer e, pura simplesmente, se estejam nas tintas.
É que nestas, como em muitas outras coisas, quando o mar bate na rocha...
21 setembro 2006
20 setembro 2006
Porque é tempo de festival Gay
No âmbito do X Festival de Cinema Gay e Lésbico, que decorre em Lisboa entre os dias 15 e 24 de Setembro, decidi repescar uma sugestão originalmente feita pela vizinhança.
Por favor não repitam em casa aquilo que vão ouvir aqui, sob pena de serem acusados de fogo posto.
Por favor não repitam em casa aquilo que vão ouvir aqui, sob pena de serem acusados de fogo posto.
A malta quer é fio dental!
A pergunta ficou a pairar no ar: Qual o destino de um blog cujo post mais comentado só o foi, porque nele se apresenta a minha avó de bikini?
19 setembro 2006
Aviso à navegação
Em virtude do post colocado ontem à noite pelo parceiro Jonas, a Direcção-Geral dos Espectáculos subiu a classificação deste blog para "maiores de 18 anos".
Um blog que mantinha um registo perfeitamente familiar... Chegou aqui este espalha-brasas e pronto...
Um blog que mantinha um registo perfeitamente familiar... Chegou aqui este espalha-brasas e pronto...
18 setembro 2006
Ás vezes dá vontade
Ás vezes dá vontade de cerrar a mão e enfiá-la pelo monitor dentro, conseguir sair na origem do "blogger", agarrar pelo pescoço o programador responsável e espremê-lo até as amígdalas virem cá fora dançar uma sevilhana.
Então não é que fui corrigir um erro de pontuação num post recente (Um pedaço de tarde) e, ao voltar a publicar, o post desapareceu sem mais nem ontem?
Fiz recover post e nada. Tudo em branco.
Porra. Tratava-se de um curto mas belo pedaço de inspiração...
Então não é que fui corrigir um erro de pontuação num post recente (Um pedaço de tarde) e, ao voltar a publicar, o post desapareceu sem mais nem ontem?
Fiz recover post e nada. Tudo em branco.
Porra. Tratava-se de um curto mas belo pedaço de inspiração...
17 setembro 2006
Quando se tem que engolir as próprias palavras...
16 setembro 2006
O artigo em causa
Se alguém estiver muito interessado em ler a preciosidade jornalística a que se refere o post anterior, faça o obséquio de indicar para onde quer que lhe seja enviado o ficheiro pdf. Já tentei carregar as imagens mas não dá tamanho suficiente para uma leitura desafogada.
Leitura de fim-de-semana
Não sei se já conheciam esta história!?
É uma história tantas vezes repetida de alguém que se julga filiada numa outra casta que não aquela a que pertencem os vulgares cidadãos.
É um post contraproducente (porque muito extenso), mas que serve de leitura para o fim-de-semana. Podem ir intercalando com a Floribela...
Boa noite.
Ora estava eu a disfrutar de uma magnífica tarde de Sábado, dia 09.09.2006, de folga da Alfândega, quando sou confrontado com um telefonema de um colega que me pergunta se já li a Revista Xis, suplemento do Jornal Público de hoje?
Respondendo-lhe eu que não leio habitualmente esse jornal, surpreende-me ele, dizendo que lá consta um artigo sobre a Alfândega e no qual sou interveniente.
Espantado, compro o jornal, vou logo direito à revista e deparo-me com o artigo "Um convite à fraude" escrito pela Sra. Laurinda Alves.
Leio-o num ápice. Fico incrédulo.
Como vejo nele, uma clara distorção da realidade, faço-lhe chegar a si, e ao Director do Público, a verdade dos factos, sem adornos nem fantasias.
Compreendo que, os considerandos que tece na parte inicial do seu artigo são absolutamente naturais e que o valor de referência de 175 EUR fixado pela União Europeia é, também para mim, baixo. No entanto isso não invalida que, por esse motivo não declaremos os bens aquiridos fora do espaço comunitário à Alfândega cujo valor exceda os tais 175 EUR, isto é, se os mesmos não tiverem carácter comercial. Porque se assim for, praticamente não existe franquia aduaneira e para permitir a sua introdução no consumo na UE são devidos os respectivos impostos (direitos aduaneiros e IVA).
Como a Sra Alves não possui conhecimentos de matéria aduaneira capazes de sustentar qualquer teoria por mais falível que seja, tece comentários despropositados, colocando em causa o profissionalismo dos funcionários aduaneiros cujos resultados são visíveis e reconhecidos.
Curioso é, ao longo do artigo, narrando a história na 1ª pessoa esquecer-se de referir determinados pormenores que influem, decisivamente na realidade dos factos.
Em primeiro lugar, relembro-lhe que viajava de Miami, via Madrid, e que ao circular no Canal Verde "Nada a Declarar" demonstra à Alfândega que os bens que transporta, adquiridos fora da UE, não tem carácter comercial e que são inferiores ao valor de referência.
Nada mais Falso, mas já lá vamos...
E mais, esqueceu-se a Sra que vinha a falar ao telemóvel, não respondendo à minha pergunta: "De onde é que a Sra está a chegar?".
Ao verificar que vinha de Miami, via Madrid, entendi separar a Sra e o seu filho para revisão de bagagem.
Estando os Srs há cerca de 2, 3 mintos na referida Sala de Revisão de Bagagem, esperando pela vossa vez, fui interpelado pela Sra, perguntando-me: "Mas é por vir dos EUA? O que é que o Sr. viu nas nossas malas?".
Ao qual lhe respondi à 1ª pergunta: "Exactamente" e à 2ª: "Eu? Nada. Mas o meu colega já vai ver!".
Como já se deve estar a recordar, o Sr. agente Reforço fala.
Escasso em palavras? Talvez. Mas dado o volume de passageiros que àquela hora (+/- 10h30m) abandonam o Aeroporto a Sra pode presumir que, para estar concentrado na sua função, talvez não possa dar muita atenção a passageiros já separados para revisão de bagagem.
E gestos? Que gestos? Se a Sra já estava no interior da Sala de Bagagem qual a necessidade tinha de lhe fazer gestos? Ou será que a Sra por se encontrar sem dormir há 24 horas (engraçado, a mim disse-me só 16...) confundiu os gestos para os restantes passageiros que circulavam no Canal Verde.
O cansaço é, de facto, terrível...
Delinquentes, Traficantes, Terroristas??? Quem sabe quem são e onde estão...
Mais uma vez, aqui demonstra a sua pouca experiência quer a nível aduaneiro quer a nível de segurança.
Diga-me a Sra. Alves então, que parece tão entendida na matéria, qual o perfil de um traficante, terrorista???
Mas adiante, que essa área não é o seu forte...
Durante a revisão da sua bagagem, foi detectado na mesma não só 1 máquina fotográfica, mas também uma lente e acessórios diversos que totalizavam 1400 USD, ou seja, cerca de 1100 EUR, que comparativamente a 175 EUR, só excede esse montante aproximadamente 6.3 vezes!!!
Foi mais este pormenor que se esqueceu de referir...
Ah... e as suas meias-horas passam depressa.... É que, se alguém demorasse 30 minutos a ver 3 malas durante um turno de serviço (8 horas) veria aproximadamente 48 malas... Sra. Alves, deixe-se de brincadeiras... quando quiser brincar entretenha-se antes a escrever crónicas para revistas ou livros para gente comum...
Curiosamente, também se esqueceu de mencionar que me perguntou se: "Esta era a segurança do nosso Aeroporto?", ao qual lhe respondi: "Que a nossa principal missão não é a segurança mas sim, a fiscalização aduaneira. Porque se fosse, nós éramos força de segurança e nós não somos..."
E mais, também se esqueceu de referir o lado humano dos funcionários aduaneiros aquando da sua permanência na Sala do Verificador de Serviço, que lhe prestaram todo o apoio possível quando disse que ia desmaiar. Ou acha que os enfermeiros dos Primeiros Socorros apareceram por acaso?
Fala em "duas penosas horas". Esquece-se mais uma vez, que os funcionários da Alfândega não trabalham só para si. Tente lembrar-se de quantos mais passageiros foram atendidos nessas tais duas horas (que na realidade foram 90 minutos). Conseguiu? Óptimo.
A Sra Alves só demorou este tempo porque quis, e porquê? Porque optou pelo pagamento voluntário da Contra-Ordenação instaurada e beneficiar de 25% de redução na mesma. Porque se não optasse por este método, resolveria o assunto no Serviço de Contencioso e demoraria só uns escassos minutos a passarem-lhe um Título de Depósito no qual constaria a relação dos artigos retidos. Queria mais simples e mais rápido?
Mas ao optar como a Sra optou é evidente que o processo é mais demorado. Logicamente, toda a documentação de suporte à sua escolha ficou documentada e registada, isto porque a Alfândega é uma entidade que não trabalha com papelinhos... Tudo o que é ali feito, é registado. Nem mais, nem menos.
A Sra. Alves tenta diluir as suas responsabilidades ao induzir em erro os seus leitores, pois descreve que foi pelo seu comportamento que lhe foi instaurado um Processo de Contra Ordenação mas não, engana-os, foi pelos factos, mais do que evidentes, atrás descritos.
Mas também é certo que a Sra não se comportou de forma elogiosa, ao já se esqueceu do que proferiu no interior da Sala de Verificação? Inclusivé, insinuou que os funcionários da Alfândega aplicavam a lei a seu favor e mais... muito mais... mas adiante.
Já agora, também gostava de saber que perguntas fez que ficaram sem resposta? Ou as respostas que lhe deram não erm as que pretendia?
E também já se esqueceu do que disse: "Eu como jornalista tenho poder e podia usá-lo, mas não o uso" e que "há jornalismo bom e mau e eu só faço o bom".
Parece-me que não foi essa a melhor forma de colaborar...
Excessos da lei e do zelo alfandegário? Pela parte que me toca, fico muito agradecido por esses comentários. Recebo-os como um elogio.
Obrigado por tornar esses comentários públicos pois, num país onde se diz que há corrupção, há isto, há aquilo... eu só posso ficar agradecido por a Sra testemunhar que isso na Sala de Controlo de Passageiros e Bagagem da Alfândega do Aeroporto de Lisboa não existe.
Penso que todos os meus colegas lhe ficarão agradecidos.
Aliás, eu agradeci-lhe pessoalmente, logo ali nas instalações da própria Alfândega quando a Sra. afirmou que era jornalista e que iria escrever sobre o assunto para elucidar o povo português que, segundo a Sra. não tinha conhecimento destas normas.
Não o fez na sua totalidade, pois já tinha a experiência e os conhecimentos necessários para tal. Mas eu agradeço-lhe na mesma. Ficou a intenção e a sua história.
Mas lembre-se que, não cumpriu o seu dever de informar. E podia tê-lo feito na perfeição... Ou seria o seu lado de jornalista bom a falar mais alto?
Os seus três últimos parágrafos são incríveis, tirando a primeira expressão: "Assumo a minha ignorância". Nela assume as suas responsabilidades perante a Alfândega.
No entanto e à boa maneira portuguesa comenta, à sua maneira, aquilo cujos seus conhecimentos nesta matéria revelam.
Lembre-se que, o puro desconhecimento não abona nada a favor de ninguém. Antes pelo contrário.
Face ao descrito e, à evidência dos factos: Quando é que queria que os funcionários aduaneiros actuassem? Ou queria antes, que estivessem somente a dizer bom dia, boa tarde e boa noite aos passageiros?
Ou achava que o Canal Vermelho na Alfândega se destinava aos passageiros do Benfica e o Verde para os do Sporting? Então e os do Porto?
Agora a sério, qual seria para si a diferença entre um e outro Canal? Penso que agora, já sabe, pois tal foi por mim lhe explicado.
Será essa a atitude castigadora e prepotente ou o tal excesso que refere?
Quanto ao último parágrafo, leva-me às lágrimas (não sei é se será caso para rir ou chorar). Acha que nós, os funcionários da Alfândega nos deixamos levar em cantigas e somos assim tão anjinhos?
Lembre-se que a nossa experiência, nesta matéria, é tremenda!!!
Olhe, sugiro-lhe o seguinte: Da próxima vez que viajar de fora da UE, faça como aconselha no artigo: "Avance despreocupadamente pelo Canal Verde, com os artigos à vista e sem facturas dos mesmos". Força, teste-nos. Isso é que era coragem...
E já agora, para começar a ensaiar, se tiver coragem para tal, ou o Director do Público, publiquem este texto com o mesmo destaque que o seu artigo teve!!!
Com os Melhores Cumprimentos,
Luís Reforço
Técnico Verificador 2ª Classe
SCPB - Alfândega do Aeroporto de Lisboa
Tragicomédia enviada por mais uma padeira de Aljubarrota.
É uma história tantas vezes repetida de alguém que se julga filiada numa outra casta que não aquela a que pertencem os vulgares cidadãos.
É um post contraproducente (porque muito extenso), mas que serve de leitura para o fim-de-semana. Podem ir intercalando com a Floribela...
Boa noite.
Ora estava eu a disfrutar de uma magnífica tarde de Sábado, dia 09.09.2006, de folga da Alfândega, quando sou confrontado com um telefonema de um colega que me pergunta se já li a Revista Xis, suplemento do Jornal Público de hoje?
Respondendo-lhe eu que não leio habitualmente esse jornal, surpreende-me ele, dizendo que lá consta um artigo sobre a Alfândega e no qual sou interveniente.
Espantado, compro o jornal, vou logo direito à revista e deparo-me com o artigo "Um convite à fraude" escrito pela Sra. Laurinda Alves.
Leio-o num ápice. Fico incrédulo.
Como vejo nele, uma clara distorção da realidade, faço-lhe chegar a si, e ao Director do Público, a verdade dos factos, sem adornos nem fantasias.
Compreendo que, os considerandos que tece na parte inicial do seu artigo são absolutamente naturais e que o valor de referência de 175 EUR fixado pela União Europeia é, também para mim, baixo. No entanto isso não invalida que, por esse motivo não declaremos os bens aquiridos fora do espaço comunitário à Alfândega cujo valor exceda os tais 175 EUR, isto é, se os mesmos não tiverem carácter comercial. Porque se assim for, praticamente não existe franquia aduaneira e para permitir a sua introdução no consumo na UE são devidos os respectivos impostos (direitos aduaneiros e IVA).
Como a Sra Alves não possui conhecimentos de matéria aduaneira capazes de sustentar qualquer teoria por mais falível que seja, tece comentários despropositados, colocando em causa o profissionalismo dos funcionários aduaneiros cujos resultados são visíveis e reconhecidos.
Curioso é, ao longo do artigo, narrando a história na 1ª pessoa esquecer-se de referir determinados pormenores que influem, decisivamente na realidade dos factos.
Em primeiro lugar, relembro-lhe que viajava de Miami, via Madrid, e que ao circular no Canal Verde "Nada a Declarar" demonstra à Alfândega que os bens que transporta, adquiridos fora da UE, não tem carácter comercial e que são inferiores ao valor de referência.
Nada mais Falso, mas já lá vamos...
E mais, esqueceu-se a Sra que vinha a falar ao telemóvel, não respondendo à minha pergunta: "De onde é que a Sra está a chegar?".
Ao verificar que vinha de Miami, via Madrid, entendi separar a Sra e o seu filho para revisão de bagagem.
Estando os Srs há cerca de 2, 3 mintos na referida Sala de Revisão de Bagagem, esperando pela vossa vez, fui interpelado pela Sra, perguntando-me: "Mas é por vir dos EUA? O que é que o Sr. viu nas nossas malas?".
Ao qual lhe respondi à 1ª pergunta: "Exactamente" e à 2ª: "Eu? Nada. Mas o meu colega já vai ver!".
Como já se deve estar a recordar, o Sr. agente Reforço fala.
Escasso em palavras? Talvez. Mas dado o volume de passageiros que àquela hora (+/- 10h30m) abandonam o Aeroporto a Sra pode presumir que, para estar concentrado na sua função, talvez não possa dar muita atenção a passageiros já separados para revisão de bagagem.
E gestos? Que gestos? Se a Sra já estava no interior da Sala de Bagagem qual a necessidade tinha de lhe fazer gestos? Ou será que a Sra por se encontrar sem dormir há 24 horas (engraçado, a mim disse-me só 16...) confundiu os gestos para os restantes passageiros que circulavam no Canal Verde.
O cansaço é, de facto, terrível...
Delinquentes, Traficantes, Terroristas??? Quem sabe quem são e onde estão...
Mais uma vez, aqui demonstra a sua pouca experiência quer a nível aduaneiro quer a nível de segurança.
Diga-me a Sra. Alves então, que parece tão entendida na matéria, qual o perfil de um traficante, terrorista???
Mas adiante, que essa área não é o seu forte...
Durante a revisão da sua bagagem, foi detectado na mesma não só 1 máquina fotográfica, mas também uma lente e acessórios diversos que totalizavam 1400 USD, ou seja, cerca de 1100 EUR, que comparativamente a 175 EUR, só excede esse montante aproximadamente 6.3 vezes!!!
Foi mais este pormenor que se esqueceu de referir...
Ah... e as suas meias-horas passam depressa.... É que, se alguém demorasse 30 minutos a ver 3 malas durante um turno de serviço (8 horas) veria aproximadamente 48 malas... Sra. Alves, deixe-se de brincadeiras... quando quiser brincar entretenha-se antes a escrever crónicas para revistas ou livros para gente comum...
Curiosamente, também se esqueceu de mencionar que me perguntou se: "Esta era a segurança do nosso Aeroporto?", ao qual lhe respondi: "Que a nossa principal missão não é a segurança mas sim, a fiscalização aduaneira. Porque se fosse, nós éramos força de segurança e nós não somos..."
E mais, também se esqueceu de referir o lado humano dos funcionários aduaneiros aquando da sua permanência na Sala do Verificador de Serviço, que lhe prestaram todo o apoio possível quando disse que ia desmaiar. Ou acha que os enfermeiros dos Primeiros Socorros apareceram por acaso?
Fala em "duas penosas horas". Esquece-se mais uma vez, que os funcionários da Alfândega não trabalham só para si. Tente lembrar-se de quantos mais passageiros foram atendidos nessas tais duas horas (que na realidade foram 90 minutos). Conseguiu? Óptimo.
A Sra Alves só demorou este tempo porque quis, e porquê? Porque optou pelo pagamento voluntário da Contra-Ordenação instaurada e beneficiar de 25% de redução na mesma. Porque se não optasse por este método, resolveria o assunto no Serviço de Contencioso e demoraria só uns escassos minutos a passarem-lhe um Título de Depósito no qual constaria a relação dos artigos retidos. Queria mais simples e mais rápido?
Mas ao optar como a Sra optou é evidente que o processo é mais demorado. Logicamente, toda a documentação de suporte à sua escolha ficou documentada e registada, isto porque a Alfândega é uma entidade que não trabalha com papelinhos... Tudo o que é ali feito, é registado. Nem mais, nem menos.
A Sra. Alves tenta diluir as suas responsabilidades ao induzir em erro os seus leitores, pois descreve que foi pelo seu comportamento que lhe foi instaurado um Processo de Contra Ordenação mas não, engana-os, foi pelos factos, mais do que evidentes, atrás descritos.
Mas também é certo que a Sra não se comportou de forma elogiosa, ao já se esqueceu do que proferiu no interior da Sala de Verificação? Inclusivé, insinuou que os funcionários da Alfândega aplicavam a lei a seu favor e mais... muito mais... mas adiante.
Já agora, também gostava de saber que perguntas fez que ficaram sem resposta? Ou as respostas que lhe deram não erm as que pretendia?
E também já se esqueceu do que disse: "Eu como jornalista tenho poder e podia usá-lo, mas não o uso" e que "há jornalismo bom e mau e eu só faço o bom".
Parece-me que não foi essa a melhor forma de colaborar...
Excessos da lei e do zelo alfandegário? Pela parte que me toca, fico muito agradecido por esses comentários. Recebo-os como um elogio.
Obrigado por tornar esses comentários públicos pois, num país onde se diz que há corrupção, há isto, há aquilo... eu só posso ficar agradecido por a Sra testemunhar que isso na Sala de Controlo de Passageiros e Bagagem da Alfândega do Aeroporto de Lisboa não existe.
Penso que todos os meus colegas lhe ficarão agradecidos.
Aliás, eu agradeci-lhe pessoalmente, logo ali nas instalações da própria Alfândega quando a Sra. afirmou que era jornalista e que iria escrever sobre o assunto para elucidar o povo português que, segundo a Sra. não tinha conhecimento destas normas.
Não o fez na sua totalidade, pois já tinha a experiência e os conhecimentos necessários para tal. Mas eu agradeço-lhe na mesma. Ficou a intenção e a sua história.
Mas lembre-se que, não cumpriu o seu dever de informar. E podia tê-lo feito na perfeição... Ou seria o seu lado de jornalista bom a falar mais alto?
Os seus três últimos parágrafos são incríveis, tirando a primeira expressão: "Assumo a minha ignorância". Nela assume as suas responsabilidades perante a Alfândega.
No entanto e à boa maneira portuguesa comenta, à sua maneira, aquilo cujos seus conhecimentos nesta matéria revelam.
Lembre-se que, o puro desconhecimento não abona nada a favor de ninguém. Antes pelo contrário.
Face ao descrito e, à evidência dos factos: Quando é que queria que os funcionários aduaneiros actuassem? Ou queria antes, que estivessem somente a dizer bom dia, boa tarde e boa noite aos passageiros?
Ou achava que o Canal Vermelho na Alfândega se destinava aos passageiros do Benfica e o Verde para os do Sporting? Então e os do Porto?
Agora a sério, qual seria para si a diferença entre um e outro Canal? Penso que agora, já sabe, pois tal foi por mim lhe explicado.
Será essa a atitude castigadora e prepotente ou o tal excesso que refere?
Quanto ao último parágrafo, leva-me às lágrimas (não sei é se será caso para rir ou chorar). Acha que nós, os funcionários da Alfândega nos deixamos levar em cantigas e somos assim tão anjinhos?
Lembre-se que a nossa experiência, nesta matéria, é tremenda!!!
Olhe, sugiro-lhe o seguinte: Da próxima vez que viajar de fora da UE, faça como aconselha no artigo: "Avance despreocupadamente pelo Canal Verde, com os artigos à vista e sem facturas dos mesmos". Força, teste-nos. Isso é que era coragem...
E já agora, para começar a ensaiar, se tiver coragem para tal, ou o Director do Público, publiquem este texto com o mesmo destaque que o seu artigo teve!!!
Com os Melhores Cumprimentos,
Luís Reforço
Técnico Verificador 2ª Classe
SCPB - Alfândega do Aeroporto de Lisboa
Tragicomédia enviada por mais uma padeira de Aljubarrota.
14 setembro 2006
13 setembro 2006
Bom dia!
Aquele que partiu no brigue Boa Nova
E na barca Oliveira, anos depois, voltou;
Aquele santo (que é velhinho e lá corcova)
Uma vez, uma vez, linda menina amou:
Tempos depois, por uma certa lua-nova,
Nasci eu... O velhinho ainda cá ficou,
Mas ela disse: – «Vou, ali adiante, à Cova,
António, e volto já...» E ainda não voltou!
António é vosso. Tomai lá a vossa obra!
«Só» é o poeta-nato, a lua, o santo, o cobra!
Trouxe-o dum ventre: não fiz mais do que o escrever...
Lede-o e vereis surgir do Poente as idas mágoas,
Como quem vê o Sol sumir-se, pelas águas,
E sobe aos alcantis para o tornar a ver!
António Nobre, "Só"
E na barca Oliveira, anos depois, voltou;
Aquele santo (que é velhinho e lá corcova)
Uma vez, uma vez, linda menina amou:
Tempos depois, por uma certa lua-nova,
Nasci eu... O velhinho ainda cá ficou,
Mas ela disse: – «Vou, ali adiante, à Cova,
António, e volto já...» E ainda não voltou!
António é vosso. Tomai lá a vossa obra!
«Só» é o poeta-nato, a lua, o santo, o cobra!
Trouxe-o dum ventre: não fiz mais do que o escrever...
Lede-o e vereis surgir do Poente as idas mágoas,
Como quem vê o Sol sumir-se, pelas águas,
E sobe aos alcantis para o tornar a ver!
António Nobre, "Só"
Adivinha
Adivinhem lá quem eu apanhei a fazer jogging matinal ao longo das margens da Lagoa da Albufeira...
Quem? O Alberto João?
Acertaram!!!
Quem? O Alberto João?
Acertaram!!!
Ridículo
Andava eu a pôr a escrita em dia, quando me apercebi que muito boa gentinha tem nos seus blogs - certamente com a melhor das atenções - uma ferramenta de tradução automática. As origens do software em causa são diversas mas o resultado (já me estou a rir só de me lembrar) é exactamente o mesmo: Uma bela merda! (pardon my french - como já aqui vi escrito).
Façam um favor à qualidade dos vossos blogs, já que, embora possam pensar que estão a ajudar, o resultado das traduções automáticas é ridículo e anedótico.
A menos que o objectivo, claro está, seja proporcionar momentos hilariantes e grandes doses de gargalhada.
Experimentem e depois digam qualquer coisa...
Façam um favor à qualidade dos vossos blogs, já que, embora possam pensar que estão a ajudar, o resultado das traduções automáticas é ridículo e anedótico.
A menos que o objectivo, claro está, seja proporcionar momentos hilariantes e grandes doses de gargalhada.
Experimentem e depois digam qualquer coisa...
12 setembro 2006
Aqui me quereis, aqui me tendes...
Porra! Não pode um homem passar uma semanita na Aldeia do Meco a banhos e à pesca. Chego aqui e vejo que o parceiro se fartou de carpir. Nem parece que andou a escrever sózinho no blog durante não sei quantos meses.
É preciso é calma pá!
Até ja andei a dar uma vista de olhos nas "postagens" da clientela, para não perder pitada.
"Uma mente actualizada é uma mente esclarecida!" Pelo menos era o que dizia a padeira lá da rua como justificação para andar sempre em cima do acontecimento.
É preciso é calma pá!
Até ja andei a dar uma vista de olhos nas "postagens" da clientela, para não perder pitada.
"Uma mente actualizada é uma mente esclarecida!" Pelo menos era o que dizia a padeira lá da rua como justificação para andar sempre em cima do acontecimento.
11 setembro 2006
11 de Setembro... de 1973
Porque a memória dos homens é curta e porque 90% dos blogs irá recordar outro (lamentável) 11 de Setembro, que não este...
10 setembro 2006
Livros e filmes
Hoje fica a sugestão de um filme do género "Family Movie". Shadows in the Sun ou, Paixões sob o Sol da Toscana, como por cá lhe chamaram.
Uma hora e meia de atenção dispersa entre o brilhantismo de Harvey Keitel, as idílicas encostas verdejantes do centro de Itália, crepúsculos dos deuses e o azul desconcertante dos olhos de Claire Forlani. Tudo misturado num argumento mediano, embora com passagens de considerável beleza literária, e sob uma banda sonora que surpreende pela inclusão de temas de Elvis Presley e de Dean Martin.
Uma hora e meia de atenção dispersa entre o brilhantismo de Harvey Keitel, as idílicas encostas verdejantes do centro de Itália, crepúsculos dos deuses e o azul desconcertante dos olhos de Claire Forlani. Tudo misturado num argumento mediano, embora com passagens de considerável beleza literária, e sob uma banda sonora que surpreende pela inclusão de temas de Elvis Presley e de Dean Martin.
09 setembro 2006
Carilho do Saralho
Neste partido político, cada vez que alguém tem que opinar oficialmente o que quer que seja é um verdadeiro CDS, que é o mesmo que dizer, Carilho Do Saralho.
Andaram a semana inteira a carpir na televisão e na rádio, qual esposa encornada, que tinham sido deixados de fora do pacto para a Justiça feito entre o PS e o PSD.
Porque eram um partido do "Arco do Poder", porque era inadmissível e porque torna e porque deixa.
É muito giro ver um puto em bicos-dos-pés. É daquelas coisas que são engraçadas mesmo que, como é o caso, o puto ande sempre a chorar baba e ranho porque outro puto maior (que se serve dele quando lhe dá jeito) lhe roubou a fisga e já não o deixa jogar à bola.
E depois essa história do "Arco do Poder"... será o arco-íris?
Mas voltando ao Carilho Do Saralho: então não é que agora mudaram de discurso e, deixando de se sentir despeitados, desataram em grande algazarra alegando que, afinal, preferiram preservar «a autonomia e liberdade» das suas posições na área da justiça, a participar no acordo assinado entre PS e PSD?
Corja de palhaços!
Ao menos faziam como o PCP e o BE que, pura e simplesmente, se recusaram a pactos. Ainda por cima pactos com o Diabo...
Nas próximas eleições vou votar no CDS (se até lá, por força de tantos Carilhos, aquilo não for tudo para o Saralho).
É justo que assim seja e a lógica subjacente a esta decisão é tão linear quanto a de nos vermos obrigados a oferecer um amendoim ao elefante porque o bicho foi tocar o badalo do sino.
Digo mais: não há voto que pague o que eu me tenho rido à conta de tanta cretinice.
Andaram a semana inteira a carpir na televisão e na rádio, qual esposa encornada, que tinham sido deixados de fora do pacto para a Justiça feito entre o PS e o PSD.
Porque eram um partido do "Arco do Poder", porque era inadmissível e porque torna e porque deixa.
É muito giro ver um puto em bicos-dos-pés. É daquelas coisas que são engraçadas mesmo que, como é o caso, o puto ande sempre a chorar baba e ranho porque outro puto maior (que se serve dele quando lhe dá jeito) lhe roubou a fisga e já não o deixa jogar à bola.
E depois essa história do "Arco do Poder"... será o arco-íris?
Mas voltando ao Carilho Do Saralho: então não é que agora mudaram de discurso e, deixando de se sentir despeitados, desataram em grande algazarra alegando que, afinal, preferiram preservar «a autonomia e liberdade» das suas posições na área da justiça, a participar no acordo assinado entre PS e PSD?
Corja de palhaços!
Ao menos faziam como o PCP e o BE que, pura e simplesmente, se recusaram a pactos. Ainda por cima pactos com o Diabo...
Nas próximas eleições vou votar no CDS (se até lá, por força de tantos Carilhos, aquilo não for tudo para o Saralho).
É justo que assim seja e a lógica subjacente a esta decisão é tão linear quanto a de nos vermos obrigados a oferecer um amendoim ao elefante porque o bicho foi tocar o badalo do sino.
Digo mais: não há voto que pague o que eu me tenho rido à conta de tanta cretinice.
07 setembro 2006
Animatógrafo
E pronto!
Já que está na moda todos serem realizadores de cinema, também fiz uma pequena experiência.
Já que está na moda todos serem realizadores de cinema, também fiz uma pequena experiência.
Semana atípica
Esta semana tem sido muito pouco produtiva por dois motivos:
1º - O estado de alma (como se calhar já repararam) não é o melhor;
2º - O meu parceiro de blog foi a banhos e só remotamente "postará" alguma coisita.
Vai daí... tenham paciência.
Acaba por ser um período de licença sabática para os vossos cérebros. Em vez de virem aqui estupidificar-se ainda mais... sempre descansam um pouco.
Fiquem-se com esta foto da minha bisavó, que está a banhos na Nazaré.
1º - O estado de alma (como se calhar já repararam) não é o melhor;
2º - O meu parceiro de blog foi a banhos e só remotamente "postará" alguma coisita.
Vai daí... tenham paciência.
Acaba por ser um período de licença sabática para os vossos cérebros. Em vez de virem aqui estupidificar-se ainda mais... sempre descansam um pouco.
Fiquem-se com esta foto da minha bisavó, que está a banhos na Nazaré.
Está explicado!
Finalmente uma possível explicação para o mal de que padecem pelo menos 90% dos nossos políticos.
A culpa é de uma proteína que tem por função reciclar a acetilcolina que, por sua vez, é a substância responsável pelo transporte de mensagens entre os neurónios.
Ora, se a rapaziada em causa é comummente conhecida pela particularidade de possuir apenas dois neurónios cada (os quais tratam carinhosamente por Tico e Teco), imaginem o problema que é terem o telégrafo entre ambos avariado.
Dramático!
A culpa é de uma proteína que tem por função reciclar a acetilcolina que, por sua vez, é a substância responsável pelo transporte de mensagens entre os neurónios.
Ora, se a rapaziada em causa é comummente conhecida pela particularidade de possuir apenas dois neurónios cada (os quais tratam carinhosamente por Tico e Teco), imaginem o problema que é terem o telégrafo entre ambos avariado.
Dramático!
06 setembro 2006
04 setembro 2006
Sócrates defende estratégia para o Douro assente no vinho, paisagem, cultura e turismo
O nosso 1º Ministro continua na senda de inventar tudo o que já foi inventado.
Mas o que é que se pode fazer quando a mania de reinventar grassa por todo o lado?
Afirma ele que "O grande desafio para o Douro é executar esta estratégia que assenta em quatro pilares: o vinho, a paisagem, a cultura e o desenvolvimento turístico".
Acrescentou que "esta estratégia já tem anos mas precisava ser reafirmada".
A mim cheirou-me logo que esta do "já tem anos" trazia água no bico e fui verificar. Resultado: então não é que Sócrates, com esta do passear cultivando-se, apreciando a paisagem e bebendo umas malgas de vinho, reinventou a Escola Peripatética de Aristóteles?
Estes filósofos são uma corja de invejosos!
Por falar em filosofia e inveja, onde andará o Carrilho?
Mas o que é que se pode fazer quando a mania de reinventar grassa por todo o lado?
Afirma ele que "O grande desafio para o Douro é executar esta estratégia que assenta em quatro pilares: o vinho, a paisagem, a cultura e o desenvolvimento turístico".
Acrescentou que "esta estratégia já tem anos mas precisava ser reafirmada".
A mim cheirou-me logo que esta do "já tem anos" trazia água no bico e fui verificar. Resultado: então não é que Sócrates, com esta do passear cultivando-se, apreciando a paisagem e bebendo umas malgas de vinho, reinventou a Escola Peripatética de Aristóteles?
Estes filósofos são uma corja de invejosos!
Por falar em filosofia e inveja, onde andará o Carrilho?
Fiquei a pensar
A semana passada estava às compras num supermercado quando de repente se ouve no sistema áudio: "Sr. Silva à recepção... Sr. Silva à recepção com urgência".
No entretanto passaram por mim a correr vários funcionários em direcção às caixas. Aquilo só podia ser mensagem codificada e algo de anormal se estava a passar.
Certinho, direitinho: junto às portas da saída lá estava, com expressão de animal encurralado, um cidadão brasileiro, com as mãos cheias de sacos e os olhos marejados de lágrimas.
Tanto quanto pude observar, os sacos continham fruta, hortaliças, pão e alguns enlatados. Não sei o que foi que o homem tinha roubado.
Enquanto aguardava a minha vez na fila para o pagamento, dei comigo a pensar. O que seria que ele tinha surripiado? Quem vai a uma loja para roubar só por maldade não compra três ou quatro sacos de outras coisas. O homem deve ter sido apanhado através do sistema de video-vigilância.
Pergunto-me: não seria melhor, nestas circunstâncias, confrontar calmamente o indivíduo com o facto de ter sido "caçado", dando-lhe a oportunidade de se redimir pagando o artigo ou, pura e simplesmente, devolvendo-o? Aliás, seria um modo de lhe dar a entender que não valia sequer a pena tentar roubar porque seria sempre apanhado.
Se calhar é ingenuidade da minha parte mas eu sou daqueles que acredita que o ser humano é, no seu íntimo, um ser bom.
São as contingências da vida em Sociedade, com toda a cegueira que isso acarreta.
Mais ou menos como disse o cineasta italiano Rosselini a propósito da sua obra Europa 51, as pessoas hoje apenas sabem viver em Sociedade, não em Comunidade. Para viver em Sociedade basta-nos a existência de lei. Para viver em Comunidade é preciso amor.
No entretanto passaram por mim a correr vários funcionários em direcção às caixas. Aquilo só podia ser mensagem codificada e algo de anormal se estava a passar.
Certinho, direitinho: junto às portas da saída lá estava, com expressão de animal encurralado, um cidadão brasileiro, com as mãos cheias de sacos e os olhos marejados de lágrimas.
Tanto quanto pude observar, os sacos continham fruta, hortaliças, pão e alguns enlatados. Não sei o que foi que o homem tinha roubado.
Enquanto aguardava a minha vez na fila para o pagamento, dei comigo a pensar. O que seria que ele tinha surripiado? Quem vai a uma loja para roubar só por maldade não compra três ou quatro sacos de outras coisas. O homem deve ter sido apanhado através do sistema de video-vigilância.
Pergunto-me: não seria melhor, nestas circunstâncias, confrontar calmamente o indivíduo com o facto de ter sido "caçado", dando-lhe a oportunidade de se redimir pagando o artigo ou, pura e simplesmente, devolvendo-o? Aliás, seria um modo de lhe dar a entender que não valia sequer a pena tentar roubar porque seria sempre apanhado.
Se calhar é ingenuidade da minha parte mas eu sou daqueles que acredita que o ser humano é, no seu íntimo, um ser bom.
São as contingências da vida em Sociedade, com toda a cegueira que isso acarreta.
Mais ou menos como disse o cineasta italiano Rosselini a propósito da sua obra Europa 51, as pessoas hoje apenas sabem viver em Sociedade, não em Comunidade. Para viver em Sociedade basta-nos a existência de lei. Para viver em Comunidade é preciso amor.
03 setembro 2006
Bom dia!
Perdão
I
Regresso à minha terra; andei perdido...
Chamem-me réprobo, ignaro, o que quiserem...
Sou como o pássaro que, depois de ferido,
Que Deus lhe dê a campa que lhe derem...
Não olho altares, não rezo, não ajoelho,
Mas em minha alma a comoção dorida
De quem volta de longe, de bem longe...,
E encontra à sua espera toda a sua vida...
Ouço as primeiras falas que empreguei,
Vejo as primeiras luzes que enxerguei,
Amo as primeiras coisas que dei
O amor que Deus pôs em quanto amei...
E trago tudo junto, aqui, no peito
Neste albergue de vozes, gentes, passos,
Lúgubre às vezes, soalhento às vezes,
E tanto, tanto meu, que lhe criei o gosto
Verdadeiro de quem ama e já não chora
Porque o chorar passou... a despedida
Melhor que um poeta pode dar à Vida
É despedir-se dela num sorriso:
Talvez num beijo... Talvez numa criança
Que o mundo, ao largo mundo vem mandada
Por seus pais que a criaram, sua terra que a viu
Quando ela foi por Deus nada e criada...
Agora temos tempo de fartura
(Quer faça sol ou vento, ou entristeça
A minha mente, e a minha voz se esqueça...)
De ir cantando de novo, à aventura...
À aventura dos limos e das seivas,
Das secas e dos montes, dos moinhos,
Dos pais que não se fartam de sentir
A dor sublime de ver crescer os filhos...
Terra de alqueives, ou monda, ou de pousio,
Terra de largos trigueirais ao sol,
— Quem vos mandou contaminar-me,
E para sempre, do vosso resplendor?...
Poalha luminosa, mas agreste;
Folha de zinco em brasa; imensidão;
A toda a volta — Tanto em vós como em mim —
Implantou Deus a solidão.
Solidão! de hastes curvas no silêncio
Que dá a volta inteira à terra inteira,
Solidão que eu invoco como se
Vos conhecesse pela primeira vez!...
Subo os degraus a medo; páro e ouço...
O que ouço eu? a voz dos sinos? minha mãe?
É com palavras simples e em segredo
Que eu beijo a terra onde nasci também,
Bernardim, Florbela, meu louco e bom Fialho,
Meus irmãos de pobreza, e solidão, e amor preso,
Aqui vos trago o que hoje tenho: Um coração
Sofredor como o vosso, e como o vosso ileso!
Ó planície de alma! ó vento sem ser vento!
Ó ásperas vertentes ao nascente;
Ó fontes que estais secas, ó passeios
Da minha mágoa adolescente...
Como eu vos quero ainda! como eu sinto
Que tudo o mais é tédio e é traição...
Pode-se amar tudo na Vida, mas
Nunca se pode trair o coração.
Dele nos vem, mais tarde a confiança.
Do coração nos sobe, um certo dia,
Uma satisfação que já não pode
Sequer chamar-se-lhe alegria.
E todavia tanta... A de sabermos
Que ainda em nós se ergue e não distrai
A casa da esquina onde nascemos...
A torre que dá horas e não cai...
II
Peço perdão a Deus de ter voltado
Mais pobre e mais feliz: mais perdoado!
III
Voltei à minha terra; aqui faz sol!
Raul de Carvalho
I
Regresso à minha terra; andei perdido...
Chamem-me réprobo, ignaro, o que quiserem...
Sou como o pássaro que, depois de ferido,
Que Deus lhe dê a campa que lhe derem...
Não olho altares, não rezo, não ajoelho,
Mas em minha alma a comoção dorida
De quem volta de longe, de bem longe...,
E encontra à sua espera toda a sua vida...
Ouço as primeiras falas que empreguei,
Vejo as primeiras luzes que enxerguei,
Amo as primeiras coisas que dei
O amor que Deus pôs em quanto amei...
E trago tudo junto, aqui, no peito
Neste albergue de vozes, gentes, passos,
Lúgubre às vezes, soalhento às vezes,
E tanto, tanto meu, que lhe criei o gosto
Verdadeiro de quem ama e já não chora
Porque o chorar passou... a despedida
Melhor que um poeta pode dar à Vida
É despedir-se dela num sorriso:
Talvez num beijo... Talvez numa criança
Que o mundo, ao largo mundo vem mandada
Por seus pais que a criaram, sua terra que a viu
Quando ela foi por Deus nada e criada...
Agora temos tempo de fartura
(Quer faça sol ou vento, ou entristeça
A minha mente, e a minha voz se esqueça...)
De ir cantando de novo, à aventura...
À aventura dos limos e das seivas,
Das secas e dos montes, dos moinhos,
Dos pais que não se fartam de sentir
A dor sublime de ver crescer os filhos...
Terra de alqueives, ou monda, ou de pousio,
Terra de largos trigueirais ao sol,
— Quem vos mandou contaminar-me,
E para sempre, do vosso resplendor?...
Poalha luminosa, mas agreste;
Folha de zinco em brasa; imensidão;
A toda a volta — Tanto em vós como em mim —
Implantou Deus a solidão.
Solidão! de hastes curvas no silêncio
Que dá a volta inteira à terra inteira,
Solidão que eu invoco como se
Vos conhecesse pela primeira vez!...
Subo os degraus a medo; páro e ouço...
O que ouço eu? a voz dos sinos? minha mãe?
É com palavras simples e em segredo
Que eu beijo a terra onde nasci também,
Bernardim, Florbela, meu louco e bom Fialho,
Meus irmãos de pobreza, e solidão, e amor preso,
Aqui vos trago o que hoje tenho: Um coração
Sofredor como o vosso, e como o vosso ileso!
Ó planície de alma! ó vento sem ser vento!
Ó ásperas vertentes ao nascente;
Ó fontes que estais secas, ó passeios
Da minha mágoa adolescente...
Como eu vos quero ainda! como eu sinto
Que tudo o mais é tédio e é traição...
Pode-se amar tudo na Vida, mas
Nunca se pode trair o coração.
Dele nos vem, mais tarde a confiança.
Do coração nos sobe, um certo dia,
Uma satisfação que já não pode
Sequer chamar-se-lhe alegria.
E todavia tanta... A de sabermos
Que ainda em nós se ergue e não distrai
A casa da esquina onde nascemos...
A torre que dá horas e não cai...
II
Peço perdão a Deus de ter voltado
Mais pobre e mais feliz: mais perdoado!
III
Voltei à minha terra; aqui faz sol!
Raul de Carvalho
02 setembro 2006
Piadas televisivas
Realizou-se hoje à tarde no Estoril, o campeonato nacional de velocidade em saltos altos.
A prova, que consistiu em correr 100 metros de cima de um salto agulha com 13 cms, foi brilhantemente vencida pela atleta nacional
A prova, que consistiu em correr 100 metros de cima de um salto agulha com 13 cms, foi brilhantemente vencida pela atleta nacional
Em Inglaterra um jóquei foi detido pela polícia londrina por ter agredido de forma selvática um cavalo com vários murros na cabeça.
Apesar dos ferimentos, Camilla Parker Bowles encontra-se já livre de perigo.
Isto vai acabar!
Não!... Não estou a falar do compadrio. Julgam que estou senil? Quase... mas ainda lá não cheguei.
Eu estava mesmo era a falar da publicação destas vergonhas no Diário da República.
Como dizia alguém genial: “Há duas palavras que abrem e fecham muitas portas: puxe e empurre”.
Mas também há quem já nasça com as portas todas escancaradas, digo eu, que não sou génio nenhum e o que tenho é mau.
Eu estava mesmo era a falar da publicação destas vergonhas no Diário da República.
Como dizia alguém genial: “Há duas palavras que abrem e fecham muitas portas: puxe e empurre”.
Mas também há quem já nasça com as portas todas escancaradas, digo eu, que não sou génio nenhum e o que tenho é mau.
Este estabelecimento não tem livro de reclamações.
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