24 setembro 2006

Suicídio betonado.

Este país está uma parvolândia; este país quer-se uma parvolândia.
Neste país, quanto menos letrado (não escrevi "culto" deliberadamente) melhor. Neste país, quanto mais iletrado (não escrevi "burro" deliberadamente) melhor.
A reportagem da SIC, Doutores & Desempregados, passou hoje logo após o jornal da noite. Se não tiveram oportunidade de a ver, procurem-na na SIC Notícias onde, certamente, não deixará de ser exibida mais algumas vezes.
São realidades como esta que a reportagem documenta que, por mais que me queiram vender o contrário, provam sem margem para dúvidas que Portugal é um país muito para além da cauda da Europa.
Tal como se dizia antigamente que os militares personificavam a "miséria dourada", este Portugal dos nossos dias bem podia ser designado como a "miséria betonada". É muita obra de Estado, muita auto-estrada, mas muito pouco investimento naquilo que é a verdadeira riqueza de uma nação: o seu povo.
Uma nação não é o seu Estado. Uma nação é o seu povo, o seu capital humano que é, em última instância, a sua alma, o seu sustentáculo.
Uma nação que persiste em deixar-se governar por um Estado que admite a despromoção do intelectualmente mais apto em detrimento de todos os outros, é uma nação que incita à iliteracia, uma nação que impede o seu próprio desenvolvimento, uma nação cada vez mais à mercê de outros países, em suma, uma nação que caminha convictamente em direcção ao abismo.

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