08 fevereiro 2010

Ontem...

Deito-me angustiado com a sua recordação por companhia.
Deixo-me embalar na memória do seu abraço, de quando me aninhava nela e ela em mim e nos estreitávamos, como se fosse possível fundir nossos corpos para assim passarem a noite.
Acordo para uma cama vazia...
É noite... ainda.
Visto-me; saio para a rua; meto-me no carro e rumo ao Cabo.
No extremo do promontório estendo-me sob um céu estrelado ouvindo o mar espreguiçar-se sobre as rochas e sentindo a carícia do vento. O vento... meu irmão. Pedi-lhe que corresse célere e lhe sussurrasse ao ouvido "espero por ti!".
Lá em baixo o mar continuava zurzindo encantamentos a um homem desencantado. Não me apeteceu descer.
Não! Ainda não!...


(Dedicado a uma amiga que costuma dizer que, por mais velhos, audazes e sabedores, não passamos de crianças a precisar do conforto de um colo e de uma palavra encorajadora.)

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