Disseram-me hoje:
- O vizinho deve ser fresco... deve ser sempre a aviar...
Já não é a primeira vez que ouço coisa parecida.
Lamento ter que dizer (ou, neste caso, escrever) que a realidade é bem menos interessante. Mas aplaudo a imaginação de quem profere tais afirmações.
Umas vezes dizem-no como se eu fosse capaz de grandes proezas quixotescas. Outras, fazem-no de semblante carregado e ar desaprovador.
Confesso que nunca prestei grande atenção ao assunto. Eu não ando cá para constituir exemplo. Ando cá, apenas e só, para ser fiel a mim próprio.
Por vezes - muitas - sigo o caminho certo. Outras há em que... não o consigo evitar.
Estarei perdido?
Diz-se que navio que navega sem destino navega sem rumo. Mas o que posso eu fazer? As minhas grandes expectativas de vida foram já alcançadas. Tenho dois filhos maravilhosos e já experimentei o que é sentir um grande amor.
Ando órfão de objectivos.
Neste momento a escolha mais difícil é o que comer ao almoço.E como diria o magnânime Denny Crane: Há uma coisa de que às vezes nos esquecemos. Por muito difícil que seja o nosso dia ou as nossas escolhas, por muito complexas que sejam as decisões éticas, podemos sempre escolher o que comer ao almoço.
07 maio 2010
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2 comentários:
Mais do que escolher o que comer ao almoço, é podermos escolher com quem comer. Acredito que os magnânimes Denny Crane e Alan Shore dessa obra de arte que é o Boston Legal, até concordariam comigo.
Finalmente percebi essa forma de estar na vida... É viver um dia de cada vez, independentemente dos danos colaterais. A produzir dessa forma ainda a vida te oferta, sem saberes como nem porquê, mais um ou dois rebentos. É do ar, com certeza...
O facto de termos o privilégio de viver um grande amor é, muitas vezes, a oportunidade para, de forma mais madura, encontrarmos outro amor tão ou mais importante. Afinal, diz o cliché "quando Deus fecha uma porta abre sempre uma janela"
Fica bem.
Tanto equívoco... mas adiante!
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