Havia chegado a hora. Esperei, com invulgar impaciência, pelo directo televisivo do discurso de Manuel Alegre.
As palavras do poeta corriam de mãos dadas com o entusiasmo deste humilde escriba. “As exigências da República” e “os imperativos da Democracia”, a insubmissão perante subserviências partidárias…
Já se aplaudia efusivamente quando os “pés de barro” deste ídolo claudicaram, sucumbindo à mais elementar lógica do aparelho.
“Não serei responsável pelo fraccionamento do eleitorado socialista!”
Ah pobre e velho leão!...
Que presunção e engano os teus, pensares que o próximo presidente da República vai ser eleito exclusivamente pelo eleitorado “Socialista”.
O Presidente da República foi, é e será sempre o Presidente de todos os Portugueses. Pela parte que me toca, não quero um Presidente que perante o desiderato de liderar a nação, demonstre, ou tenha demonstrado, especial preocupação com este ou aquele eleitorado partidário.
Isto não é um feudo!
Eu sei que a lógica caciquista do Partido vai inculcando esses tiques. Mas sabes? Esse é o resultado de muitos anos de más companhias.
Poeta de peito aberto às balas… como foste tu capaz de gerar tamanha desilusão?
Como foste tu capaz, já em tão provecta idade, já no fim de um longo caminho feito de verticalidade, de te curvares perante os verdugos de tua casa, casa a que ainda vais mas na qual já há muito não moras?
17 setembro 2005
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