Durante a semana que agora termina, vi e revi com renovada satisfação dois magníficos filmes: Mentiras sinceras (Separate lies) e Uma boa mulher (A good woman).
O tê-lo feito deu-me, aliás, a oportunidade de lembrar igualmente o quanto a generalidade dos críticos de cinema me tem sido útil ao longo da vida: Quanto mais eles detestam, mais eu gosto; e vice-versa.
Estes foram dois filmes bastante sovados pela crítica mas que eu não me canso de recomendar.
Tenho para mim que muita crítica de cinema resulta da verborreia pseudo-intelectual de uns quantos "iluminados", que entendem o cinema como algo de transcendente e os filmes como projectos que têm obrigatoriamente de ser produzidos e realizados com o fito único de ganhar Óscares, palmas de ouro em Cannes ou leões de ouro em Veneza. O cinema é, de facto, uma arte e, como tal, uma forma de expressão. Uma forma de expressão que se destina, no limite, não a elevar à enésima potência os ditames plásticos e estéticos mas, tão somente, a divertir, a encantar, a comover, em suma, a instigar sentimentos e estados de espírito no espectador. E é o caso destes dois trabalhos.
Uma boa mulher, realizado por Mike Barker em 2004, é uma comédia romântica que decorre no início dos anos 30, algures na Riviera italiana. Resulta da adaptação ao cinema da peça de Oscar Wilde, O leque de Lady Windermere (Lady Windermere's fan).
O elenco conta com Helen Hunt, Scarlett Johansson e Tom Wilkinson nos principais papéis.
Do lado dos "contras" ficam os desempenhos de Helen Hunt - muito aquém das suas possibilidades e do que a personagem merecia - e de Scarlett Johansson - que ainda alguém um dia me explicará como é que foi parar ao cinema.
Do lado dos "prós" destaco a fotografia, o guarda-roupa e o desempenho irrepreensível de Tom Wilkinson. Este actor, pura e simplesmente, não sabe representar mal.
A merecer ficar na memória estão também algumas pérolas/clichés de diálogo à Oscar Wilde, por vezes um pouco maltratadas por se processarem de forma apressada e atabalhoada.
Mentiras sinceras, realizado por Julian Fellowes em 2005, é um drama sustentado por um triângulo amoroso, com uma história de fazer chorar as pedras da calçada. Trata-se de um argumento que explora de forma crua as complexidades do relacionamento entre duas pessoas, as diferenças entre o amor na sua perspectiva mais carnal e na sua forma mais platónica e genuinamente desinteressada.
Os principais papéis estão a cargo de Tom Wilkinson (sim... o mesmo do filme anterior), Emily Watson e Rupert Everett.
Há quem tenha gostado e há quem tenha odiado. Eu por mim... recomendo!
08 outubro 2006
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2 comentários:
Só ainda vi o segundo e gostei bastante!
Pronto!
Já vi também o primeiro.
Tens toda a razão: é uma delícia. Fartei-me de rir.
(Não é fácil de encontrar o filme)
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