Aquilo que era para ter sido (mais) uma bela oportunidade para disfrutar da miríade de espécies de flora e fauna da Serra de Sintra, das paisagens a perder de vista até às Berlengas e da limpeza de filtros através da inspiração de puro oxigénio foi, afinal de contas, uma marcha forçada de cerca de 16 kms (e porque se atalhou caminho).
Debaixo de uma imensa chuvada por vezes tocada a rajadas de vento a raiar o temporal, a caminhada teve pelo menos a virtude de testar o material até ao limite. Ficámos ontem a saber que a bota esquerda mete água e que o impermeável, ao fim de seis anos de uso intensivo sob água doce e água salgada, entregou, finalmente, a alma ao criador.
O nevoeiro bailava selvagem pelos ares e a visibilidade máxima seria de cerca de 50 metros, (no Convento da Peninha não excederia os 10 metros).
À chegada aos carros no final da caminhada, a única coisa que trazia seca era o céu da boca. Foi despir tudo e ficar de tronco nú, qual Bô Franceneide, transando o corpo numa nice (para quem ainda se lembra de Jô Soares), sob chuva copiosa.
A coisa foi de tal maneira que, enquanto nos preparávamos para zarpar, caiu um galho de Acácia em cima de um Fiat Uno, provocando-lhe uma amolgadela considerável no tejadilho.
Apesar de nos considerarmos caminheiros bem equipados, o capacete não faz parte da nossa palamenta, pelo que achámos que era chegada a hora da partida.
Todos ouviram já falar dos misticismos de Sintra. Para quê desafiar as energias negativas?
Para, pelo menos, terem uma ideia do que se poderia ter visto, deixo-vos um link que, embora comercial (e ninguém me pagou para isso), apresenta uma série de fotos lindíssimas. Vão certamente perceber do que estou a falar.
23 outubro 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Voltei de vez!
Um beijinho "hindyado"! :o)
É também de momentos como estes que se constrói a Vida.
Eles ajudam-nos a dar mais valor às coisas genuinamente boas, que uma vez por outra nos mimam a alma e que só muito raramente temos a oportunidade, a sensibiidade ou o vagar de apreciar.
J.F.
Existem Fiat Unos na Serra de Sintra? Pensava que estavam extintos...
\m/
Enviar um comentário