Sempre ouvi dizer que quem muito lê por razões profissionais, depois não tem paciência nem disponibilidade mental para chegar a casa e pegar num livro. Entrincheirei-me nessa desculpa esfarrapada e passei largos meses sem ler um livro de fio a pavio, na vertente estritamente pessoal.
(Minto... nesse entretanto houve uma noite em que devorei de uma assentada a Relação das proezas de Diu ou, mais exactamente, Relação das proezas levadas a efeito pelos Portugueses na Índia, junto de Diu, no ano da nossa salvação de 1546, de Diogo de Teive.)
Vai daí e, no início do mês, decidi pôr um fim a esta inércia intelectual. De uma assentada li A Sala das Perguntas, de Fernando Campos e O Cemitério dos Barcos sem Nome, do espanhol Arturo Pérez-Reverte.
O primeiro é um romance histórico envolvente, que nos transporta numa velocidade por vezes alucinante pela vida desse extraordinário humanista português de Quinhentos que foi Damião de Góis.
O segundo é outro romance, igualmente de aventuras, que gira à volta de um navio naufragado, de caçadores de tesouros e do amor e intriga entre dois personagens bastante fortes. Embora num estilo de escrita que costumo designar por "em espiral" e que não me agrada por aí além, Pérez-Reverte deixou-me expectante relativamente a outros trabalhos seus já publicados em Portugal. Como se tratou da minha estreia com este autor, espero que o futuro possa melhorar esta minha primeira impressão.
1 comentário:
Também eu quebrei o jejum no ano passado e tenho andado a tentar manter um ritmo aceitável de outras leituras.
Obrigado pelas sugestões.
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