08 junho 2010

Inevitabilidades

Por vezes bons, outras vezes maus, os meus pensamentos tocam-te.
Entre o deve e o haver, não sei se prevalece o bem se o mal. Sei que para mim... para mim é sempre a perder.
Escrevo, rasuro, apago e volto a escrever.
Já não sei se o faço para ti, para mim ou por mim. Como lavrou Rainer Maria Rilke todas as minhas palavras concorrem para ti e nenhuma consente que as outras lhe passem à frente.
Que importa que não me leias? Ainda bem que assim é!
Tudo quanto extravaso, tudo quanto deixo fluir é puro desperdício, um louvor à inutilidade.
Elegias constantes, estertores de ressentimento e incompreensão eivados de fel.
Palavras órfãs de culpa, pairando hesitantes entre dois corações outrora cúmplices mas hoje irremediavelmente apartados.
Estou cansado! Cansado de apontar o dedo; cansado de me desculpar; de te desculpar. Estou exausto de tanto correr em redor de algo que não vale a pena e que, porventura, sem que eu disso desconfiasse, nunca a terá valido.
A ironia maior reside em que aquilo que mais procuro é uma forma de te fazer sair impoluta de tudo isto.
Pois sabes que mais? Não o consigo fazer! A solução passará eventualmente por aí.
Amor vincit omnia não é só para quem pode... é também para quem o merece!


Sleeping satellite
Tasmin Archer

1 comentário:

Ponto de Interrogação disse...

Oxalá consigas sacudir-te disso tudo que te prende e soltar-te.

Jitos!

 

is where my documents live!