Domingo vamos a votos...

Entregariam a gestão das vossas finanças domésticas a alguém sob suspeita de ter metido a unha no que não lhe pertencia? Não? Mas vão votar neles para a gerir a Autarquia? Ahhhh… pois… ‘tá bem…

E com que desplante surgem agora alguns cavalheiros a prometer fazer nos próximos quatro anos aquilo que não souberam ou não quiseram fazer durante os quatro (ou mais) anos em que estiveram no poleiro?

Ainda ontem, no debate entre os cinco candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, lá vieram as duas figuras de proa abanar a bandeira dos velhinhos e dos inválidos. Mas ainda alguém acredita em promessas feitas repetidamente até à exaustão, quando a prática tem demonstrado exactamente o contrário?

Durante o dia fui ouvindo comentários, como por exemplo: “Os únicos que mostraram ter projecto foram a Maria José Nogueira Pinto e o Ruben de Carvalho… mas não vou votar neles.”

Ora porra!

Não sejam carneiros! (no sentido de encarneirar)

Não votem apenas por tradição. A única tradição democraticamente admissível é ser-se do Benfica, do Sporting ou do F. C. Porto. Tudo o mais… são tretas.

Já pensaram bem no ridículo de se ir votar em a, b, ou c, apenas porque “lá em casa foi sempre assim!”?

Cá para mim o critério para eleições autárquicas devia ser:
- Cumpriu o prometido, fez obra e melhorou a qualidade de vida dos munícipes. Mantenha-se!
- Não cumpriu, borregou, piorou ou não aqueceu nem arrefeceu. Toca a andar de mota!

Não vão na cantiga da bipolarização. Hoje mandas tu… amanhã mando eu, e assim garantimos o tacho a contento de ambas as clientelas. O resto que reclame e berre até à afonia.

Eu sei que os Portugueses padecem de uma doença – talvez genética – que se manifesta por um permanente sentimento de orfandade. Para equilibrar a coisa há que pertencer a um “grande”…

Pois eu, sob pena de ser a besta da excepção que confirma a regra, não vou por aí!

Até o Benfica veio em segundas núpcias, pois cá dentro, bem no fundo do coração, mora o mais que glorioso Cova da Piedade.

Abram bem a pestana!...