Sócrates o GNR

Embora sabendo que eleições autárquicas e eleições legislativas obedecem a motivações distintas, creio não andar muito longe da verdade se pensar que estes eventos políticos servem, quer se queira, quer não, para que muitos dos eleitores, sobretudo aqueles que, nas autárquicas, votam nos partidos e não nos candidatos, aproveitem para dar mostras do seu estado de alma relativamente à governação do país.

Também acham? Pois fiquem sabendo que, se assim pensam, estão a prestar um mau serviço à Democracia.

Não sou eu que o digo... é o nosso 1º Ministro.

Se achamos que uma coisa não está relacionada com a outra, é porque somos politicamente obtusos. Se achamos que está... prestamos um mau serviço à Democracia.

Como diria o saudoso Pessa "E esta, hein?"

Sócrates fez-me lembrar um episódio da adolescência...

Mandado parar por uma patrulha da GNR, foram-me solicitados os documentos. Tendo tentado encetar diálogo com o guarda, às tantas, e para meu espanto, saiu-se o cromo com esta: "Estás a falar caro para mim? Deves ter a mania qu'és doutor!...". Eu, meio irritado meio estupefacto, baixei o nível de linguagem, já quase sem saber o que dizer. Pergunta-me ele de imediato: "Olha lá pá... julgas que tás a falar com os teus colegas da escola, ó quê?"

Devo ser mesmo ignorante... eu e o ror de infelizes que pensam como eu!

Sabem que mais? Pensando melhor no assunto, Sócrates tem razão: Este só pode ser um país politicamente ignorante.

De que outro modo explicar o privilégio de o ter como 1º Ministro?