A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que para a carne há dias de carne, e para o peixe dias de peixe, e para as frutas diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias que sempre e continuadamente se come; e isto é o que padecem os pequenos: são o pão quotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes
Antigamente convertia-se o mundo; hoje por que se não converte ninguém? Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos; antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obras são tiro sem bala; atroam, mas não ferem.
Padre António Vieira, Sermão da Sexagésima
3 comentários:
Vivemos num mundo em que a crítica não existe; crítica construtiva,incisiva, dizemos nós, porque o que muitas acontece é que se crítica tudo e todos de forma "vazia" e sem sentido. Por isso, nesta sociedade «digital» que vive para o momento fugaz, para o que é mediático e efémero, um "blogg" como este é sempre útil, na medida é que agita as consciências e nos faz pensar. Também aqui, neste espaço de "livre" crítica, nos apercebemos da sensibilidade e da qualidade da escrita do autor e, não menos verdade, de um culto da cidadania.
Carlos Manuel Valentim
Caro Valentim,
Também não será caso para tanto... mas a malta agradece, penhorada.
Um abraço
Lamentavelmente, há para quem nem o pão, já seja o comer de todos os dias...
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